Há alguns meses, a influenciadora digital Sá Ollebar resolveu fazer um teste com o Instagram. Ao ver seu engajamento crescer depois de postar fotos de mulheres brancas, ela foi uma das primeiras a denunciar o racismo dos algoritmos que operam na plataforma. Apesar de assombroso, o experimento empírico de Ollebar é apenas a ponta desse iceberg chamado racismo algoritmo, que já fez vítimas no sistema carcerário e na fila do transplante de rim. Mas se o algoritmo é um modelo matemático, como pode ser acusado de ser racista, machista, capacitista e por aí vai? É isso que Luciana Barreto busca responder neste primeiro episódio do Entre Vozes. Para isso, ela conta com a ajuda do pesquisador Vinícius Wu, doutorando em comunicação social pela PUC-Rio, e do criador de conteúdo digital Ad Junior.
No Brasil, não há uma face menos dura do trabalho doméstico. Dentro dos próprios lares, as mulheres dedicam, em média ,10,4 horas a mais por semana do que os homens nas tarefas de casa. A face remunerada desse trabalho, no entanto, não é menos cruel. Basta lembrar que fomos um dos últimos países a abolir a escravidão para induzir qual é o perfil das trabalhadoras domésticas no Brasil: mulheres negras e pobres. As contradições e desafios para superar a divisão sexual do trabalho é o tema deste episódio do Entre Vozes. A criadora de conteúdo e palestrante Verônica Oliveira traz na bagagem algumas experiências em comum com grande parte das trabalhadoras domésticas no Brasil. Mulher negra, mãe solo, periférica e faxineira, Verônica criou a empresa Faxina Boa na tentativa de empoderar outras mulheres com vivências semelhantes a sua. Na conversa com Luciana Barreto, ela fala sobre racismo, dupla jornada e desvalorização do trabalho doméstico. Também participa da conversa Hildete Pereira de Araújo, coordenadora do Núcleo Transdisciplinar de Estudo de Gênero da Universidade Federal Fluminense.