No Brasil, não há uma face menos dura do trabalho doméstico. Dentro dos próprios lares, as mulheres dedicam, em média ,10,4 horas a mais por semana do que os homens nas tarefas de casa. A face remunerada desse trabalho, no entanto, não é menos cruel. Basta lembrar que fomos um dos últimos países a abolir a escravidão para induzir qual é o perfil das trabalhadoras domésticas no Brasil: mulheres negras e pobres. As contradições e desafios para superar a divisão sexual do trabalho é o tema deste episódio do Entre Vozes. A criadora de conteúdo e palestrante Verônica Oliveira traz na bagagem algumas experiências em comum com grande parte das trabalhadoras domésticas no Brasil. Mulher negra, mãe solo, periférica e faxineira, Verônica criou a empresa Faxina Boa na tentativa de empoderar outras mulheres com vivências semelhantes a sua. Na conversa com Luciana Barreto, ela fala sobre racismo, dupla jornada e desvalorização do trabalho doméstico. Também participa da conversa Hildete Pereira de Araújo, coordenadora do Núcleo Transdisciplinar de Estudo de Gênero da Universidade Federal Fluminense.