"O Recôncavo Baiano é formado por 34 municípios próximos ou às margens da Baía de Todos os Santos. Falar sobre o Recôncavo Baiano é falar também sobre a história do Brasil, pois abriga tradições e monumentos que vêm desde a época da colonização portuguesa no país. A equipe do Caminhos da Reportagem visitou algumas cidades da região – Cachoeira, São Félix, Jaguaripe, Cruz das Almas, Cabaceiras do Paraguaçu e Santo Amaro – e conheceu pessoas que preservam a cultura, a culinária, a arte e as histórias do Recôncavo. O programa vai explicar porque Cachoeira se torna, todo dia 25 de junho, a capital do estado da Bahia. Você vai conhecer também uma das festas mais tradicionais da região: o Terno da Alvorada. A comemoração católica que homenageia Nossa Senhora D'Ajuda também traz elementos do candomblé, religião que veio para o Brasil com os africanos escravizados aqui. Aldo Figueiredo, presidente da irmandade Nossa Senhora D'Ajuda, explica que os africanos não tinham acesso à igreja. “A igreja era da burguesia, da elite. Aí eles [os escravos] faziam as festas fora. Como eles não podiam aparecer, eles pegavam e se fantasiavam de careta, de mandu”. Ainda em Cachoeira, nossa equipe conheceu a fábrica de licor do Roque Pinto e o Museu do Cinema, idealizado por Roque Araújo. A produção de frutas cítricas – entre elas a laranja bahia – e o trabalho da Embrapa para garantir qualidade e a preservação dessa cultura você poderá conferir durante a passagem da equipe por Cruz das Almas. E em Cabaceiras do Paraguaçu, terra de Castro Alves, visitamos o parque construído para homenagear o poeta. Já em São Félix vamos mostrar o processo artesanal de fabricação de charutos ainda utilizado na fábrica Dannemann. Além disso, a empresária Edna Maria Oliveira vai ensinar como fazer um prato típico da região: a maniçoba. Em Jaguaripe conhecemos a Casa de Câmara e Cadeia, que abriga a Cadeia do Sal. A construção
"O Caminhos da Reportagem presta uma grande homenagem a um dos maiores nomes da música brasileira: Alfredo da Rocha Vina Filho, o Pixinguinha. Em 2017 se celebra os 120 anos de nascimento do compositor. Pixinguinha começou bem cedo na música: aos 14 anos de idade já se apresentava profissionalmente. Seu talento foi imediatamente reconhecido. Com o grupo “Os Oito Batutas” viajou a Paris e a Buenos Aires. Grande arranjador, criou melodias inesquecíveis para composições suas e de outros músicos da época, tanto para discos como para o rádio. Toda esta trajetória será contada por pesquisadores como Marília Barbosa, biógrafa do músico, Henrique Cazes, Pedro Paulo Malta e Bia Paes Leme. O Caminhos da Reportagem também traz belas imagens de Pixinguinha se apresentando com Benedito Lacerda, com a turma da Velha Guarda e fazendo um duo com Baden Powell, além de números musicais gravados especialmente para o programa. Hamilton de Holanda, Henrique Cazes, Odette Ernest Dias, Zé da Velha, Silvério Pontes e o grupo vocal Ordinarius interpretam alguns dos maiores sucessos desse gênio musical."
"Os brasileiros convivem há 31 anos com epidemias de dengue, transmitida pelo mosquito Aedes Aegypt, também já conhecido por aqui. É ele o transmissor de, além dos quatro sorotipos da dengue, de outras quatro doenças: o zika vírus, a chikungunya, a febre Mayaro e a febre amarela. A primeira epidemia de dengue no Brasil foi em 1986, no Rio de Janeiro. Naquele ano, foram 300 mil casos. Mais de trinta anos depois, os números se multiplicaram. Em 2016, foram 1,487 milhão de casos de dengue e 906 mortes confirmadas. No caso da Chikungunya, doença mais nova, foram 263 mil casos no ano passado, com 159 óbitos que ainda estão sendo investigados. E o zika vírus infectou 211 mil pessoas em 2016, sendo que três delas morreram. repórter caminha com duas moradoras por rua de terra batidaNossa equipe foi ao Rio de Janeiro recuperar a história da primeira epidemia e conferir como estão hoje as localidades de Nova Iguaçu e Belford Roxo, onde tudo começou. Fomos também a Goiás, que registrou 149 mil casos de dengue em 2016 e ocupou o terceiro lugar no ranking nacional, atrás de Minas Gerais e São Paulo, estados muito mais populosos. No Distrito Federal, acompanhamos agentes da vigilância ambiental em cidades satélites e também em áreas nobres de Brasília. O mosquito está por toda parte. Entrevistamos especialistas e moradores para entender de quem é a responsabilidade pelo combate ao Aedes Aegyp: do governo ou da população? Especialistas culpam a população pela sujeira e o Estado pela falta de condições básicas nas cidades. E o que está sendo feito para que não tenhamos mais epidemias de doenças transmitidas por esse mosquito? Vamos conhecer iniciativas de laboratórios privados, do Instituto Butantan, da Fiocruz e até de escolas públicas no combate ao mosquito."
"O Caminhos da Reportagem acompanha o recomeço da Associação Chapecoense de Futebol, clube marcado por uma das maiores tragédias do esporte mundial. Ainda se recuperando do trauma sofrido pela morte de quase todos os jogadores e dirigentes na queda do avião que os levava para a disputa da primeira partida das finais da Copa Sul Americana, na Colômbia, o time e os torcedores da equipe do interior catarinense começam a reescrever sua história. O programa conta como está sendo feito todo o trabalho de reestruturação após a tragédia que chocou o mundo inteiro. A recuperação daqueles que sobreviveram e que se tornaram símbolos dessa reconstrução, como os jogadores Neto, Alan Ruschel e Jackson Folmann, que deram seus depoimentos ao repórter Igor Santos. Todos garantem que continuarão ligados ao clube, dentro ou fora de campo. Outro sobrevivente do terrível acidente, o locutor Rafael Henzel também fala sobre a retomada de suas atividades profissionais. Ele voltou a trabalhar e pode, inclusive, narrar o primeiro gol da nova fase da Chapecoense, na partida amistosa contra o Palmeiras. De cara nova, sem esquecer o passado, mas sonhando com um futuro melhor, a Chapecoense e o povo da cidade de Chapecó mostram que é preciso seguir em frente. “Eu espero que aconteçam as coisas boas que aconteceram em 2016, mas com um final totalmente diferente. Um final feliz. Eu acho que é o que o clube merece, que a cidade merece, por tudo que têm feito”, afirma o jogador Alan Ruschel."
"Um raio dura em média, uma fração de segundo. Dois segundos para ele é “uma eternidade”, de acordo com os cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais, o INPE. O Brasil é o país com maior incidência de raios no mundo, seguido pela República do Congo (35 milhões /ano) e pelos Estados Unidos (32 milhões/ano). Neste Caminhos da Reportagem você vai saber por que 20% das mortes por raios no Brasil acontecem dentro de casa. O que fazer quando uma tempestade nos surpreende em casa ou a céu aberto? Quando podemos estar seguros diante da possibilidade de queda de raios se eles só são percebidos depois que se conectam ao solo? Uma família perdeu quatro parentes numa tarde em Praia Grande - litoral paulista - e conta como as vítimas caíram na praia. O preparador físico Altair Ramos até hoje não se lembra de como acordou na UTI de um hospital atingido por um raio. O raio que lançou Fernando Rufinio, paratleta de canoagem, a um metro do solo, não deixou sequelas. A lesão medular que ele tem é por outros acidentes. O fenômeno que vem das nuvens ainda é cheio de mistérios, até mesmo para físicos e engenheiros que percorrem o mundo em busca de tempestades. São obcecados pelo espetáculo luminoso que encanta e pode matar, que demanda câmera de alta velocidade para ver o que a olho nu é impossível. Cientistas e, ao mesmo tempo, caçadores de raios."
"O ano de 2017 começou com massacres em três penitenciárias brasileiras: 60 detentos foram mortos em Manaus, 33 em Boa Vista e 26 em Natal. No centro da crise, a disputa pelo poder e pelo tráfico de drogas pelas facções Família do Norte, Primeiro Comando da Capital, Comando Vermelho e Sindicato do Crime. Os episódios lançaram luz ao sistema penitenciário do país, que tem a quarta maior população carcerária do mundo, atrás dos Estados Unidos, China e Rússia. “Esses massacres revelam a grave situação caótica do sistema penitenciário do Brasil. Quando a gente fala em situação caótica nós estamos falando do quadro generalizado de superlotação, condições desumanas, falta de acesso à justiça porque não tem advogados nem defensoria pública que consigam atender às demandas, além dos casos de tortura e maus tratos”, afirma a assessora de direitos humanos na Anistia Internacional no Brasil, Renata Neder. A partir desses acontecimentos de janeiro, o Caminhos da Reportagem discute a política de encarceramento em prática no país e as condições das unidades prisionais, que, segundo especialistas, não colaboram para a ressocialização dos presos. Para a socióloga e ex-diretora da geral do sistema penitenciário do Rio de Janeiro, Julita Lemgruber, a justiça criminal brasileira é disfuncional. “Você tem, principalmente, dois problemas: um problema grave na entrada e um problema grave na saída. O sistema penitenciário brasileiro funciona como um funil que tem uma boca enorme e uma saída muito estreita”, complementa. Nossos repórteres estiveram em cinco estados diferentes para mostrar as condições das penitenciárias nacionais, o dia a dia das famílias e a atuação das facções dentro e fora dos presídios. Eles também conversaram com especialistas no sistema carcerário. Em Pernambuco, estado com maior superlotação, acompanhamos a realização de audiências de custódia, mecanismo que pode diminuir a prisão se
"O Caminhos da Reportagem mostra o “lado B” dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro. Todos os anos, milhares de componentes de cerca de 60 escolas se apresentam na avenida Intendente Magalhães, no bairro de Campinho, subúrbio da cidade, mesmo assim pouquíssima gente, inclusive cariocas, sabe disso. São escolas bem menores do que aquelas que a gente se acostumou a ver na TV, mas muitas delas fazem parte da história do carnaval carioca, como a pioneira Vizinha Faladeira que, este ano, celebra 80 anos de seu primeiro título. Os recursos para colocar o carnaval na rua são muito menores do que o das grandes escolas de samba do Grupo Especial. Para as agremiações que desfilam na Intendente Magalhães o jeito é usar a criatividade, reciclar e contar com a solidariedade e a ajuda das coirmãs. É o caso da Império Ricardense, que desfila no Grupo E, sexta divisão do samba. O sonho de todas as escolas é pisar na Passarela do Samba, mesmo que o caminho seja longo e árduo. Para não desanimar, é preciso que o sonho seja conjunto, de toda uma comunidade. É a força desses moradores, muitas vezes de bairros carentes da cidade, que garante a sobrevivência da agremiação, como a da Sereno de Campo Grande, que toda semana reúne em sua quadra gente que é apaixonada pela escola e que faz de tudo para que ela continue de pé. Essa ligação de escolas com as comunidades é tão forte que é capaz de fazer algumas escolas de samba renascerem. A Tupy de Brás de Pina “enrolou a bandeira” por muitos anos, ou seja, encerrou suas atividades. Mas agora volta, cheia de garra, graças à união entre a nova geração e a velha guarda. A estrutura dessas escolas é pequena, muitas nem cobram as fantasias dos componentes. O desfile acontece no meio da rua e não tem televisionamento. Nada disso, porém, impede que a festa aconteça. Uma festa feita por quem ama o carnaval e leva o samba na veia."
"Tambores, atabaques e cabaças: instrumentos de origem africana que ditam o ritmo de várias manifestações culturais, ainda mais fortes durante o carnaval. A festa, que teve início nas elites europeias, ganhou forma a partir da abolição dos escravos. Ritmos como o jongo, o entrudo – precursor do samba – e outras tradições, quase sempre de cunho religioso, começam a se difundir entre os brancos. O programa mostra os ritmos que embalam os carnavais do Brasil, como o jongo do Rio de Janeiro e o tambor de sopapo, no Rio Grande do Sul. E tenta responder ainda a uma grande dúvida que permanece entre os amantes do samba: afinal, o ritmo nasceu na Bahia ou no Rio de Janeiro? Já o maracatu não é forte apenas em Pernambuco, mas também no Ceará. E o carnaval do Maranhão tem não só o tambor de crioula, mas o balanço do reggae. Artistas, fundadores de blocos e especialistas analisam o legado africano para o carnaval brasileiro, que já foi marginalizado, mas é hoje a maior reunião de ritmos e manifestações culturais do planeta. Para a cantora baiana Margareth Menezes, o carnaval é motivo de orgulho por suas raízes. “A gente hoje tem coragem de enfrentar o preconceito, especialmente no caso da mulher afro-brasileira. Agora, estão começando a surgir alguns elementos de valorização, uma imagem mais positiva”, afirma."
"Histórias de vida de jovens que crescem em serviços de acolhimento, os chamados abrigos, são contadas nesta edição do Caminhos da Reportagem. Mais de 45 mil crianças e adolescentes estão acolhidos no Brasil. Apenas 7 mil deles estão no Cadastro Nacional de Adoção. Existem hoje cinco vezes mais pretendentes à adoção do que crianças e adolescentes cadastrados. Mas 60,89% das crianças disponíveis para adoção têm mais de 10 anos de idade e 82,20% das pessoas que querem adotar aceitam apenas crianças com menos de 5 anos. Os dados são do Cadastro Nacional de Adoção e refletem um cenário em que jovens crescem dentro dos abrigos e não têm para onde ir quando completam 18 anos de idade. Seria quando, de acordo com a legislação, eles deixariam de estar sob a tutela do Estado. Nossa equipe conversou com jovens que estão quase completando 18 anos de idade e tentam encontrar um caminho para seguir em frente. No Distrito Federal, vamos mostrar a realidade desses jovens e projetos como repúblicas jovens, uma modalidade de acolhimento criada para quem tem entre 18 e 21 anos de idade e ainda não tem para onde ir depois do abrigo. Também no DF, conhecemos a história de Raí e Gelson. Raí, prestes a fazer 18 anos de idade e preocupado com o que faria da vida ao completar a maioridade e sair do abrigo, procurou a Vara de Infância em busca de um estágio ou de um emprego. Gelson trabalha num programa social e acompanhava Raí. Ao conversar com o jovem, sentiu que ele seria seu filho e o adotou. Hoje, com 23 anos de idade, Raí tem em Gelson um pai e um herói, e faz planos para o futuro. Em Pernambuco, nossa equipe conheceu de perto o programa Adote um Pequeno Torcedor, o primeiro programa de adoção do país apoiado por um time de futebol, o Sport Clube de Recife, idealizado pelo juiz Élio Braz, da Vara de Infância e Juventude do Recife e pela direção do clube de futebol. O objetivo é impulsionar a adoção de crianças mais velhas, co
"Na sala superlotada, o professor está diante do quadro-negro e de costas para os alunos. A gritaria se instala e ele tem que parar a aula para resolver conflitos e se defender de agressões, que podem ser tanto verbais como físicas. Ao sair da escola, recebe ameaças de traficantes de drogas. Ao chegar em casa, se depara com um salário baixo e o dilema: até que ponto vale a pena ser professor no Brasil? O professor que foi morto em Belo Horizonte, a professora que parou de trabalhar durante um ano por depressão, o professor que virou pizzaiolo nos Estados Unidos. Os casos são muitos e vamos conhecer alguns deles nesta edição. “Em todas as escolas que já passei, sempre tem alguém que toma remédio contra ansiedade. Em uma delas, quando entrei, um professor tinha surtado. A sociedade não está vendo que o professor está adoecendo devido à violência gerada contra ele dentro da sala de aula”, observa a professora Lucimara Fagundes. Para Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, uma educação de qualidade requer uma escola pacífica. ""Uma escola pacífica não significa que é uma escola sem conflitos. Pelo contrário, uma escola em que os conflitos existem mas são resolvidos dentro do ambiente escolar"", explica. O Caminhos da Reportagem traz o tema da violência praticada dentro da escola pública e privada, a reflexão sobre a autoridade do professor e uma solução que a direção de uma escola pública municipal trouxe de Portugal."
"Nesta semana o Caminhos da Reportagem discute os medos e as fobias. Dos medos mais comuns, como o de altura e de dentista, às fobias mais desconhecidas, como a hilofobia, que é o medo de florestas, passando pelo temor a insetos como baratas e lagartas. Para quem sofre não há medo maior ou menor. Todos merecem atenção e podem ser tratados. Considerado importante para a preservação das espécies, o medo faz parte do processo evolutivo, como explica o psicólogo Maurício Neubern: “Um animal, para sobreviver, ele precisa ter alguma coisa de medo, porque assim ele aprende a localizar perigos. Então, o medo em si não é bom nem ruim, ele faz parte de um processo evolutivo que, para as espécies, ensina a prudência. E no caso do ser humano é a mesma coisa. Você está andando num lugar e você vê de repente que o lugar está todo escuro, a princípio você não vai. Você se preserva”. No entanto, quando evolui para uma fobia, ou seja, um medo acentuado, frequentemente representa perdas para o indivíduo e pode trazer prejuízos para as relações sociais e de trabalho, por exemplo. O psiquiatra Rafael Boechat explica que as fobias são classificadas como um tipo de transtorno de ansiedade e que o diagnóstico é dado pela relação entre o perigo que o agente fóbico representa e o medo que a pessoa sente. “A pessoa que tem uma fobia tem uma reação totalmente desproporcional àquela situação, ao perigo. Por exemplo, uma pessoa que tem fobia de barata, se você coloca ela de frente para uma barata, ela vai ter uma reação fisiológica, uma reação física, taquicardia, coração acelerado, palpitação, suor, medo mesmo, pavor como se tivesse de frente de um leão, de uma cobra, de um agente realmente agressivo”, completa Boechat. Especialistas afirmam que uma fobia pode se desenvolver por uma predisposição genética, por padrões de comportamentos, de aprendizado ou por traumas vividos. A jornalista Gabriela Ribeiro Leão cresceu no
"Uma doença que chegou a ser considerada do passado, mas que voltou com força em pleno século XXI: a sífilis. No final de 2016, o Ministério da Saúde admitiu que o Brasil vivia uma epidemia da doença. Em um ano (2014-2015), o número de casos entre adultos aumentou 32,7%. Esse crescimento, contudo, também pode ser observado em outros países. Nos Estados Unidos, por exemplo, o aumento nesse mesmo período foi de 19%. Chamada de “doença de mil faces”, ou a “grande fingidora”, por causa da multiplicidade de sintomas, a sua origem ainda é um mistério. Uma das hipóteses diz que teria sido levada da América para a Europa pelos navegadores de Cristóvão Colombo. Nesta edição, o Caminhos da Reportagem mostra que a face mais cruel se apresenta justamente entre recém-nascidos. A chamada sífilis congênita, passada de mãe para filho, pode provocar abortos, partos prematuros, cegueira, surdez e até mesmo microcefalia. Os últimos números de 2015 mostram que a doença foi responsável pelo aborto e a morte de cerca de 1.500 bebês no Brasil. No estágio mais avançado, ela provoca comprometimento em órgãos como o cérebro e o coração. No passado, muitas pessoas que foram diagnosticadas com problemas psiquiátricos, na verdade, desenvolveram manifestações tardias da sífilis, e ainda hoje ela pode ser confundida com Mal de Alzheimer, por exemplo. O grande artilheiro do Botafogo, Heleno de Freitas, morreu por causa de complicações decorrentes da doença. A cura definitiva para a sífilis só veio através da descoberta da penicilina (1928), usada em grande escala durante a Segunda Guerra Mundial. Foi o primeiro antibiótico do mundo, mas hoje tem despertado pouco interesse por parte da indústria farmacêutica devido ao seu preço, considerado baixo no mercado. Atualmente, apenas a Índia e a China produzem a matéria-prima para a penicilina, o que vem provocando ondas mundiais de desbastecimento. Longe dos holofotes, a doença, qu
"O Caminhos da Reportagem aborda a violência da torcidas organizadas do futebol brasileiro. Os crimes, cada vez mais bárbaros, como o do torcedor botafoguense assassinado com um espeto de churrasco em frente ao estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro, mostram que não é mais possível que as autoridades não ajam de forma severa em busca de soluções. De acordo com as estatísticas, nos últimos vinte anos foram quase duzentas mortes relacionadas a confrontos entre torcedores rivais. A infiltração de facções criminosas e da milícia nesses grupos também é alarmante. E este não é um problema apenas do nosso país. Na vizinha Argentina, os Barras Bravas criaram um tipo de poder paralelo. São acusados, além das agressões, de tráfico de drogas e até de envolvimento com operações ilegais de câmbio. No programa vamos conhecer as iniciativas de combate a esses grupos e analisar de que forma o problema vem sendo combatido na Europa -- principalmente nas ligas inglesa e alemã, as que mais cresceram nos últimos anos. Aqui no Brasil, a ideia de implantação de uma torcida única nos clássicos vai ganhando cada vez mais força. Há quem defenda que a beleza de uma partida com duas grandes torcidas não justifica mais o risco de enfrentamentos. Mas um movimento de resistência à violência nos estádios vem ganhando espaço. Torcidas formadas, em sua maioria, por jovens que têm como filosofia cantar e apoiar a equipe durante os 90 minutos. Utopia ou solução?"
"No território de fazendeiros e trabalhadores rurais, o consumo de crack só perde para o do álcool. E, mesmo assim, as pesquisas são incipientes e as políticas públicas para combater o vício entre os lavradores são praticamente inexistentes. O Caminhos da Reportagem foi ao interior paulista, onde trabalhadores consomem a droga na própria lavoura ou depois do trabalho no campo, para mostrar e discutir essa triste realidade. “O canavial é muito fácil para se usar crack porque é um mar de cana. Você se perde ali. Não há fiscalização”, alerta a socióloga Arlete Fonseca. Ex-trabalhadores rurais e um filho de fazendeiro contam como conseguiram se livrar do vício e dos traficantes. Muitos deles perderam tudo, inclusive a família. “Acabei entrando na dependência do álcool e da droga. E hoje estou na luta”, desabafou o trabalhador rural José Bento dos Santos no programa."
"Com árvores de raízes profundas, que absorvem a água da chuva e a deposita em reservas subterrâneas, os aquíferos, o cerrado brasileiro é considerado o berço das águas, onde elas nascem. O bioma, presente em 15 estados brasileiros, não conta com rios caudalosos, mas alimenta, com suas nascentes, oito das 12 grandes bacias hidrográficas do Brasil. “O fato de ser berço não significa que tem muita. Porque quem ocupa o berço ainda é pequenininho”, compara o pesquisador da Embrapa Cerrado, Jorge Werneck. É no cerrado que nascem as águas que alimentam, por exemplo, as bacias dos rios Tocantins, Parnaíba e São Francisco. No entanto, esse berço está ameaçado pela ocupação desordenada do solo e desmatamento do bioma, seja para a construção de cidades e ferrovias, por exemplo, seja por atividades econômicas, tais como a agropecuária. Estima-se que pelo menos 50% da vegetação nativa foi destruída desde os anos 1970. Como consequência principal desse desmatamento, o desaparecimento de nascentes e rios. Na cidade de Correntina, no oeste da Bahia, é possível ver de perto como a ação não-sustentável do homem destrói o cerrado e afeta a vida das pessoas. “Assim que bateu o trator na região e subtraiu a vegetação, o processo de alteração foi numa relação de causa e efeito exato. Aquele riacho eu banhei em 95 nele. Ele deveria ter uns 3 metros cúbicos de água. Lá não tem água pra lagartixa banhar. Então, uma geração viu tudo isso acabar. É impossível isso, do ponto de vista geológico, isso não existe”, afirma o professor da rede municipal de Correntina, Iremar de Araújo. Na cidade baiana ainda há outro agravante: a existência de “piscinões” que retiram a água dos rios e nascentes, para a irrigação das grandes plantações de monocultura, como a soja. Dos rincões para os grandes centros, a crise hídrica já chegou na capital do Brasil. Em todas as regiões do Distrito Federal, construído em uma á
"Desafios perigosos, cyberbullying e superexposição: conteúdos cada vez mais comuns na internet e que, muitas vezes, colocam em risco a saúde e a vida de crianças e adolescentes. Nesta edição do Caminhos da Reportagem, pesquisadores, psicólogos, crianças e adolescentes falam como vídeos e comentários postados na internet podem influenciar nos interesses e nos comportamentos de cada pessoa. O Brasil ainda não tem dados oficiais sobre acidentes relacionados a desafios perigosos, mas uma pesquisa realizada pelo Instituto Dimicuida, destinado à orientação e ao combate de desafios perigosos na internet, mostra que das 17 pessoas que morreram no país tentando praticar algum desafio, sete eram de Fortaleza (CE). A equipe do Caminhos da Reportagem foi até lá para conhecer famílias que convivem com essa dor e que lutam para alertar sobre os perigos desses desafios. Demétrio Jereissati fundou o Instituto Dimicuida após seu filho Dimitri, de 16 anos, falecer ao praticar o desafio da asfixia. “No momento do acontecido a gente não sabia sequer da existência do jogo ou o que tinha motivado essa prática. Tentando buscar conhecimento e compreensão, nós chegamos a essa prática e, ainda, a uma coisa muito mais assustadora, o quanto ela é comum, o quanto ela é praticada não só no Brasil, mas em todo o mundo e o quanto ela ainda é desconhecida”, conta Demétrio. Em Fortaleza também conhecemos a família do Kauã Peixoto, de 11 anos. Ele teve 40% do corpo queimado ao tentar imitar um desafio com fogo e álcool em gel. Quando a nossa equipe esteve na casa do garoto, ele ainda estava internado e já havia passado por várias cirurgias. “Infelizmente vão ficar sequelas no corpo dele e na memória também. A gente passa força pra ele e diz que tudo vai passar, mas para a gente é bem difícil também”, relata Cleyton Peixoto, pai do garoto. A psicóloga Fabiana Vasconcelos orienta: “Mudanças no comportamento, na forma de usar suas roup
"Caminhos da Reportagem aborda os efeitos do cotidiano de insegurança O medo da violência que assombra os moradores das grandes cidades tem afetado, cada vez mais cedo, crianças e jovens. A sensação é de que não há mais lugar seguro. Até as escolas, refúgios de proteção mesmo em áreas consideradas de conflito, têm sido palco de crimes e tragédias. No fim de março, a morte da estudante Maria Eduarda, em Acari, na zona norte do Rio de Janeiro, expôs o cotidiano de violência vivido por muitos adolescentes moradores de regiões pobres. Neste Caminhos da Reportagem, alunos, professores e especialistas em educação e saúde discutem os efeitos do sentimento de insegurança no dia a dia e como garantir que os direitos de meninos e meninas sejam garantidos e preservados onde quer que eles estejam. Apenas no município do Rio, segundo levantamento da Secretaria Municipal de Educação, nos primeiros 22 dias do ano letivo, escolas fecharam 65 vezes em diferentes regiões da cidade por causa de tiroteios. Marcadas pelas balas e pelo medo, essas instituições lutam para continuar existindo e oferecendo às crianças uma perspectiva melhor. “Se você perguntar numa das minhas classes quem já perdeu aqui um familiar assassinado ou de bala perdida, quase todos levantam a mão”, afirma Yvonne Bezerra de Mello, fundadora do projeto Uerê, no complexo da Maré. Projetos como o de Yvonne, que atende crianças vítimas de violência, mostram-se necessários e urgentes. Também pela via da cultura e da arte muitos adolescentes mostram que conseguiram transformar a realidade em que estão inseridos. É o caso dos meninos do Teatro da Laje ou da Orquestra Maré do Amanhã. Não são apenas as classes sociais mais pobres, no entanto, que sofrem os impactos da violência. O problema é de todos. Por parte do poder público, o diagnóstico dos especialistas é que ainda há muito a avançar. “Resolver isso não se dá como um passe de mágica, mas se tr
O Caminhos da Reportagem trata de um assunto importante que afeta União, estados e municípios: as obras inacabadas Brasil afora. Estima-se que há 22 mil delas espalhadas pelo país. A equipe de reportagem esteve em Mato Grosso, Pernambuco, Goiás, Minas Gerais e Distrito Federal para mostrar algumas dessas obras que começaram a ser construídas e por diversos motivos ainda não foram concluídas. Fomos à cidade de Salgueiro, em Pernambuco, onde as obras da Transnordestina estão paralisadas, o que traz reflexos à economia local. A ferrovia teria 1.753 quilômetros e deveria ligar a cidade de Eliseu Martins, no interior do Piauí, ao porto de Pecém, no Ceará, e ao Porto de Suape, no litoral pernambucano. De acordo com o Tribunal de Contas da União, houve uma “elevação drástica das estimativas de custo e uma extrapolação em muitos anos do prazo que tinha sido inicialmente previsto”. O TCU também aponta que a ferrovia já consumiu R$ 6,3 bilhões desde 2006, quando as obras começaram. Esta edição mostra também obras prometidas para a Copa do Mundo no Brasil, em 2014, que melhorariam a mobilidade nas capitais e até hoje geram problemas para a população e são a dor de cabeça dos atuais administradores. Como o modal de VLT – o Veículo Leve sobre Trilhos – em Cuiabá, e o corredor Leste-Oeste do BRT, o serviço de ônibus expresso em Recife, que se tornou objeto de investigação do Tribunal de Contas do Estado. Em Brasília, capital do país, o Jardim Burle Marx começou a ser construído na região central da cidade, com o objetivo de levar sombra e beleza a moradores e turistas que desembarcassem na estação do metrô na rodoviária e fossem caminhando por 3 quilômetros até chegar aos estádio Mané Garrincha. O orçamento já ultrapassa os R$ 21 milhões. O programa ainda mostra Unidades Básicas de Saúde e hospitais que deveriam ter sido concluídos há anos, em Cuiabá e em Goiás, e que continuam com as paredes no concre
"Ser dono do próprio negócio está no imaginário de três em cada dez brasileiros. É o maior desejo dos trabalhadores, atrás apenas de comprar a casa própria e viajar, descobriu uma pesquisa do Sebrae. Segundo a instituição, concretizar essa vontade é cada vez mais possível: em 2014, registrou-se a maior taxa de empreendedorismo do país. Já são mais de 45 milhões de pessoas empreendendo. É gente como Raphael Krás, o irreverente dono da rede Hareburguer, que começou vendendo sanduíche na praia e descobriu sua vocação: “amo fazer hareburger.” Com mais facilidades para obter crédito e uma legislação que protege o pequeno empresário, de Norte a Sul do país, o empreendedorismo se firma como alternativa para favorecer o crescimento econômico e gerar empregos. É o que acontece nos locais que o programa visitou: Florianópolis, Rio, São Paulo, Rio Branco, Recife e Santa Cruz do Capibaribe (PE). Aos 83 anos, Dona Margarida administra uma das maiores lojas de tecido de Pernambuco.No agreste pernambucano, a Feira da Sulanca começou na década de 1940 com um grupo de pessoas que precisavam buscar seu sustento. Hoje, é parte de um polo de confecções que movimenta a economia do Nordeste, graças à perseverança e o espírito empreendedor de seus criadores. Margarida Monteiro tem uma das maiores lojas de tecido da região e quer mais. “Ainda tenho muitos planos”, diz, aos 83 anos. Pensar grande, como Dona Margarida, foi um dos ensinamentos que a jovem e premiada empreendedora Bel Pesce, autora do livro A menina do Vale, aprendeu cedo e hoje passa à frente.“Se o empreendedor é alguém que quer criar soluções, criar produtos e serviços para suprir uma necessidade que ainda não exista e tocar vidas, é algo que eu sempre quis fazer na minha vida”, revela."
Uma estudante de 19 anos, branca, usando turbante na cabeça para esconder a careca, resultado do tratamento de câncer. Quatro jovens negras à espera, no final da escada rolante do metrô, para questionar por que ela, branca, está usando um turbante. O que parecia ser um incidente banal, gerou polêmica e reacendeu o debate sobre a cultura do oprimido, apropriação cultural, preconceito e racismo. Um debate que o Caminhos da Reportagem aborda com vários segmentos da sociedade.
"O Caminhos da Reportagem está na China! Fomos até o outro lado do mundo lançar um olhar sobre o país que provoca fascínio e estranheza. Os números impressionam: são mais de um bilhão e trezentos milhões de habitantes, ocupando o terceiro maior território entre os países do mundo. A história chinesa é milenar, com, pelo menos, 4 mil anos e, já no século II antes de Cristo, a China se firmava como grande império. O programa apresenta os aspectos econômicos, políticos e culturais do país que já viveu diferentes ciclos de desenvolvimento, passando pela pobreza extrema até os dias atuais, sendo a segunda potência mundial. A atuação do partido comunista, no poder desde 1949, os ensinamentos de Confúcio e as estratégias dos chineses para construir sua supremacia mundial são alguns dos temas em discussão. Nossa equipe visita a Muralha da China, construída durante 1.600 anos para proteção do império chinês. Hoje, é considerada uma das sete maravilhas do mundo moderno. Essa edição apresenta também o modelo de educação, que, por causa do intercâmbio de alunos e professores ocidentais, tem buscado conciliar a tradição com uma visão global. O objetivo, segundo os educadores chineses, é formar cidadãos do mundo. Maior parceiro econômico do Brasil desde 2009, a China acolhe brasileiros que foram para o país estudar e trabalhar. Entre eles, os paraibanos Tauana e Raif, que estão no país há dois anos cursando mestrado e doutorado, respectivamente. Eles são bolsistas da Universidade de Zhejiang e destacam, entre as características da educação chinesa, a competitividade. “Tem meio que uma competiçãozinha na sala e o professor exalta muito o melhor”, conta Tauana. A reportagem também mostra elementos da cultura chinesa, como a comida típica, a música e a medicina tradicional. Além de debater os principais desafios que o país enfrenta, como as críticas ao controle exercido pelo governo chinês, em especial
"A trégua dos últimos dez anos parece ter chegado ao fim e a cidade maravilhosa sofre, mais uma vez, com a violência urbana. Os grandes eventos, como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, são passado, e a criminalidade é presente. Os policiais que deveriam proteger a cidade saem todos os dias às ruas sem saber se voltam. Só este ano mais de setenta PM's já foram mortos. De dentro da própria tropa surgem denúncias da falta de preparo e de estrutura para enfrentar o inimigo. Mas a polícia, de forma geral, também enfrenta outro sério problema: o descrédito gerado pela truculência e pelas constantes denúncias de corrupção. Além disso, o projeto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) está à deriva, questionado até pela atual Secretaria de Segurança. Nesta edição o Caminhos da Reportagem mostra um retrato sem retoques dessa dura realidade e sai em busca de possíveis soluções. A reportagem ouve cidadãos que já passaram por experiências violentas, moradores de áreas de risco e estudiosos como Sérgio Besserman, Silvia Ramos e Jaqueline Muniz, além de uma entrevista especial como ex-secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, que durante dez anos esteve à frente do combate à criminalidade no estado. O ex-secretário fala sobre saídas para a crise: ""Se o Rio de Janeiro não abordar a questão das comunidades, continuar tratando-as como guetos, continuar deixando elas em segundo plano, dificilmente nós vamos virar essa página de violência. Eu acho que nos dez anos em que a gente esteve lá, pelo menos as pessoas tiveram esperança. Tem solução? Eu acho que a gente demonstrou, de um certa maneira, que sim""."
Reportagem visita este território de dilemas sociais e dramas humanos "21 de maio de 2017 vai ficar na memória de Kate, Luis Henrique, Lúcia e Magno Célio, mesmo que eles, dependentes químicos em recuperação, não se lembrem da data exata em que tiveram de fugir dos cachorros, das bombas de efeito moral e dos tiros de borracha da polícia de São Paulo. “A cracolândia fisicamente deixou de existir”, anunciou o prefeito João Dória Junior em seu canal no YouTube. O Caminhos da Reportagem acompanhou a dispersão dos usuários e dos traficantes de drogas e o surgimento de mini cracolândias no centro de São Paulo. O programa discute, entre outras questões, qual é a maior violência: deixar que os usuários vaguem nas praças sem cuidados ou a internação compulsória?"
Um retrato da situação dos venezuelanos que buscam refúgio no Brasil "O Caminhos da Reportagem foi até a fronteira do Brasil com a Venezuela para conhecer histórias de venezuelanos que estão vindo em busca de alimentos, empregos e melhores condições de vida. Dados do Departamento de Migrações do Ministério da Justiça mostram que as solicitações de refúgio de venezuelanos no país passaram de 209 em 2014 para 3.971 neste ano. Há mais de oito mil solicitações de refúgio protocoladas e cerca de quatro mil agendadas na Polícia Federal de Boa Vista, em Roraima. A equipe de reportagem esteve em Pacaraima, pequeno município de Roraima que faz fronteira com a Venezuela, e seguiu o mesmo percurso de muitos venezuelanos até Boa Vista, capital do estado. A Venezuela, segundo explica o professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC Igor Fuser, vive uma situação de pré-guerra civil, com uma situação de polarização extrema que dá margem a atos de violência. Estimativas não oficiais indicam que um milhão de venezuelanos já deixaram o país e cerca de 30 mil deles vieram para o Brasil. ""Somos venezuelanos e, além disso, somos seres humanos. Estamos tirando a nossa família (de lá) para poder comer, seguir em frente"", diz Elisbe Parma, entrevistada em Pacaraima, quando tentava seguir caminho até Boa Vista. Ainda em Pacaraima, conhecemos venezuelanos que vêm ao Brasil comprar alimentos e produtos de higiene pessoal, pois o acesso a esses produtos em seu país de origem não tem sido fácil, como relatam à reportagem. Também conhecemos dois amigos que moram em Santa Elena e cruzaram a fronteira na tentativa de se comunicar com parentes que moram na Venezuela. Em Pacaraima e em Boa Vista, a reportagem encontrou indígenas da etnia Warao que buscam no Brasil uma nova chance de vida. Visitamos um abrigo na capital de Roraima, onde estão vivendo 250 venezuelanos. Cerca de 70% deles são indígenas da etn
Conheça os relatos de quem sentiu na pele os horrores do Holocausto "Quem tem a oportunidade de conversar com um sobrevivente acaba sendo uma testemunha também. Porque eu sou testemunha de ter conhecido um sobrevivente. Então, quem tiver a oportunidade, é bom se apressar porque sobreviventes estão ficando velhinhos e não duram para sempre”. A afirmação de José Jakobson, filho de um sobrevivente do Holocausto, revela a importância de ouvir a história diretamente de quem a viveu. E, com esse objetivo, o Caminhos da Reportagem desta semana conversa com sobreviventes de um dos maiores genocídios que o mundo presenciou. O Holocausto matou 11 milhões de pessoas, seis milhões só de judeus. Muitos deles fugiram para o Brasil, além de outros países, antes, durante e depois da 2ª Guerra Mundial. Chegaram aqui debilitados, com sequelas físicas e psicológicas. “A ideia dos alemães era que nenhum judeu iria sobreviver à presença deles. Feroz mesmo! No fim da guerra eu estava pesando, quando já tinha comido, uns 30 quilos”, conta Nanette Konig, judia holandesa que sobreviveu ao nazismo. Ela foi colega de escola de Anne Frank, a menina judia que ficou famosa por escrever um diário enquanto vivia em um esconderijo com a família. As duas se reencontraram no campo de concentração. Anne Frank, assim como a família de Nanette, não sobreviveu. Nossa equipe conversou com outros sobreviventes que testemunharam os horrores dos campos de trabalho forçado e de extermínio. “Lá em Auschwitz foi feita uma segregação. Um vagão ia para a morte, para o crematório, e o outro vagão ia para campos de trabalho. Se eu tivesse má sorte de estar no vagão que iria para a morte, não tinha me salvado”, afirma o judeu polonês Julian Gartner. Durante a guerra, os judeus e outros grupos perseguidos, como negros, ciganos, homossexuais e inimigos políticos, enfrentaram a fome, o frio, a perda da identidade, da família, da saúde e da vida. Co
Edição aborda os efeitos do álcool no corpo e o perigo da dependência "O alcoolismo é uma doença que afeta pessoas de diferentes classes sociais, independente do sexo, da raça, da classe social e até mesmo da idade. Este Caminhos da Reportagem mostra os efeitos que o álcool causa no corpo e como a sensação de prazer pode levar à dependência. Os entrevistados falam sobre os efeitos devastadores da bebida alcoólica: os prejuízos à saúde, à família e à vida daqueles que se tornam dependentes. Segundo o Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), divulgado em 2012, pelo menos 50% da população brasileira acima de 18 anos consome bebida alcoólica. A média é de quase nove litros de álcool por pessoa a cada ano, valor bem acima da média mundial, que é de aproximadamente seis litros por pessoa. Outro dado do Lenad aponta que, aqui no Brasil, as pessoas começam a experimentar a bebida cedo: 5% dão o primeiro gole aos 11 anos e 37% começam a beber entre os 15 e os 17 anos. O programa conta histórias de homens e mulheres que lutam contra o vício, as dificuldades e as vitórias que conquistam a cada dia. Entre eles está o Agleidison do Nascimento, de 37 anos. Com a dependência do álcool, ele perdeu o emprego, se afastou da família e chegou a morar na rua. “Quantas vezes eu deixei de fazer a alegria do meu filho, da minha esposa, deixei de ir ao cinema, ao parque, ao zoológico, porque eu tinha que fazer uma graça para o meu grupinho de amigos”, relembra. O psiquiatra Leonardo Moreira, especialista em dependência química, explica que o álcool se torna um protagonista na vida do alcoolista. “Às vezes o álcool se torna algo muito importante para a pessoa. É o núcleo de prazer que a pessoa conseguiu manter na vida e vai se desfazendo dos outros prazeres. Se antes tinha uma atividade física ou tinha prazer no trabalho, na igreja, vai deixando isso em prol do uso repetitivo do álcool”. Segundo o Ministéri
“Colônia” é como ficou conhecido o maior hospício do Brasil. Criado em 1903 em Barbacena, município de Minas Gerais, o hospital psiquiátrico recebeu durante décadas milhares de pacientes, a maioria sem diagnóstico de doença mental. Nos enormes pavilhões do Colônia, 60 mil pessoas perderam a vida em um cenário de desrespeito aos direitos humanos. A repórter Manuela Castro entrevista pessoas que estiveram no Colônia nas décadas de 1960 e 1970 e que viveram o momento de reforma psiquiátrica no Brasil, como os psiquiatras Jairo Toledo, Antônio Soares Simone e Ronaldo Simões Coelho, o cineasta Helvécio Ratton e o jornalista Hiram Firmino. A equipe de reportagem conversa tambémcom a jornalista Daniela Arbex, que escreveu um livro sobre o Colônia, e com profissionais que trabalharam ou ainda trabalham no hospital. Pacientes que ainda moram no hospital revelam as marcas que ainda carregam do passado. E pessoas que ficaram anos internadas em hospitais psiquiátricos hoje moram em residências terapêuticas, um dos símbolos da humanização no tratamento da saúde mental.
Todos têm uma "trilha sonora" que lembra algo do passado O Caminhos da Reportagem conversa com pessoas que têm uma trilha sonora para cada momento da vida, com músicas que parecem feitas sob medida. No caso de Gustavo e Deniza, não apenas uma, mas várias canções embalaram momentos do casal. Desde quando se conheceram até o casamento. Grandes músicos, como Ney Matogrosso, Toquinho, Dori Caymmi e Hamilton de Holanda, relatam suas memórias musicais, muitas vezes presentes em suas canções ou nos bastidores da criação de algumas delas. Ainda contam como é criar uma obra e depois esta se tornar a música da vida de muita gente.
Programa aborda a relação entre patrões e empregadas domésticas
Dez anos depois do acidente aéreo que matou 199 pessoas O Caminhos da Reportagem traz depoimentos emocionantes de quem perdeu familiares no voo que saiu de Porto Alegre para São Paulo no dia 17 de julho de 2007. A equipe entrevistou parentes de cinco vítimas. Os pais da universitária Paulinha, que estava com o namorado em viagem de férias, os pais da comissária Madalena Silva, a mãe e o irmão do bancário Rogério Sato, o pai da estudante Thaís Scott e a irmã do piloto Kleyber Lima. Cada uma das famílias lida com a perda de um jeito. Silvia Arruda Xavier, 62 , tem uma maneira particular de matar a saudade de Paulinha, que tinha 23 anos à época do acidente. Além das fotos e vídeos com a voz da filha e do namorado Lucas Matedi, Silvia observa mães e filhas passeando no shopping. “É muita vontade de estar com a filha, eu me pego imaginando o que essa mãe tá sentindo junto com a filha, que é o que eu mais queria”, desabafa. O empresário Roberto Silva, pai da comissária Madalena Silva, costuma ir às terças-feiras ao aeroporto de Congonhas para tentar ver no gesto ou rosto de uma comissária a filha de 20 anos. Roberto e a mulher hoje se queixam do descaso em que se encontra o Memorial 17 de julho, que ele e as famílias das vítimas ajudaram a construir. Especialistas apontam vários fatores para a tragédia: uma pista sem ranhuras e, por isso mesmo, escorregadia pelas intensas chuvas, a falta de um computador a bordo para indicar a posição dos manetes, um reversor do motor direito quebrado, a pressão do “Apagão Aéreo” e da quantidade dos pilotos desempregados numa época de companhias falidas. Dez anos se passaram, ninguém foi responsabilizado.
O Caminhos da Reportagem visita quatro das cidades mais afetadas pelo temporal que atingiu a região serrana do Rio em janeiro de 2011: Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis e São José do Vale do Rio Preto. A constatação é de que, mesmo tantos anos depois, muitas feridas ainda estão abertas. E, apesar de tanto dinheiro investido pelos órgãos governamentais, problemas que até hoje ainda não foram sanados: obras por fazer, moradores vivendo em áreas de risco, pessoas sem ter casa para morar.
O Caminhos da Reportagem desembarca em Oiapoque, no extremo norte do Amapá, e mostra como é a vida da população do município, que faz fronteira com a Guiana Francesa.
Capital federal é campeã em atividade física
Esta edição do Caminhos da Reportagem homenageia o jazz, som que atravessa um século de transformações, com duas guerras mundiais, o racismo nos Estados Unidos, a criação do Be Bop e variações mais intimistas da música, o cinema na era do jazz, o retorno ao Lindy Hop (dança de jazz) nas ruas de São Paulo. Mesmo cem anos depois, a reportagem mostra que é possível descobrir curiosidades sobre a música que veio do blues.
Edição retrata o fantástico universo da dublagem
Conheça a realidade de quem convive com uma doença rara e sem cura
Um tema delicado e necessário nesta edição: o suicídio
Saiba como identificar, denunciar e combater esse tipo de crime
Conheça a jornada de fé dos devotos de São José de Anchieta
Caminhos da Reportagem trilha de 180 km no Rio de Janeiro
O direito de ir e vir ameaçado no maior espaço público: as ruas
Reportagem investiga preservação de patrimônios em cidades brasileiras
Conheça os benefícios da musicoterapia
Como vive na cidade de SP a maior população indígena fora da Amazônia
Consciência Negra: relembre a história da República de Palmares
Uma homenagem ao Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa
A "humanização" dos pets e o mercado bilionário de serviços
Edição discute e reflete sobre a importância do cinema ambiental
Em pauta: bullying, segurança escolar e os desafios a superar
\Saiba o que mudou na produção nacional desde a primeira exibição