Dez anos depois do acidente aéreo que matou 199 pessoas O Caminhos da Reportagem traz depoimentos emocionantes de quem perdeu familiares no voo que saiu de Porto Alegre para São Paulo no dia 17 de julho de 2007. A equipe entrevistou parentes de cinco vítimas. Os pais da universitária Paulinha, que estava com o namorado em viagem de férias, os pais da comissária Madalena Silva, a mãe e o irmão do bancário Rogério Sato, o pai da estudante Thaís Scott e a irmã do piloto Kleyber Lima. Cada uma das famílias lida com a perda de um jeito. Silvia Arruda Xavier, 62 , tem uma maneira particular de matar a saudade de Paulinha, que tinha 23 anos à época do acidente. Além das fotos e vídeos com a voz da filha e do namorado Lucas Matedi, Silvia observa mães e filhas passeando no shopping. “É muita vontade de estar com a filha, eu me pego imaginando o que essa mãe tá sentindo junto com a filha, que é o que eu mais queria”, desabafa. O empresário Roberto Silva, pai da comissária Madalena Silva, costuma ir às terças-feiras ao aeroporto de Congonhas para tentar ver no gesto ou rosto de uma comissária a filha de 20 anos. Roberto e a mulher hoje se queixam do descaso em que se encontra o Memorial 17 de julho, que ele e as famílias das vítimas ajudaram a construir. Especialistas apontam vários fatores para a tragédia: uma pista sem ranhuras e, por isso mesmo, escorregadia pelas intensas chuvas, a falta de um computador a bordo para indicar a posição dos manetes, um reversor do motor direito quebrado, a pressão do “Apagão Aéreo” e da quantidade dos pilotos desempregados numa época de companhias falidas. Dez anos se passaram, ninguém foi responsabilizado.