"Nesta semana o Caminhos da Reportagem discute os medos e as fobias. Dos medos mais comuns, como o de altura e de dentista, às fobias mais desconhecidas, como a hilofobia, que é o medo de florestas, passando pelo temor a insetos como baratas e lagartas. Para quem sofre não há medo maior ou menor. Todos merecem atenção e podem ser tratados. Considerado importante para a preservação das espécies, o medo faz parte do processo evolutivo, como explica o psicólogo Maurício Neubern: “Um animal, para sobreviver, ele precisa ter alguma coisa de medo, porque assim ele aprende a localizar perigos. Então, o medo em si não é bom nem ruim, ele faz parte de um processo evolutivo que, para as espécies, ensina a prudência. E no caso do ser humano é a mesma coisa. Você está andando num lugar e você vê de repente que o lugar está todo escuro, a princípio você não vai. Você se preserva”. No entanto, quando evolui para uma fobia, ou seja, um medo acentuado, frequentemente representa perdas para o indivíduo e pode trazer prejuízos para as relações sociais e de trabalho, por exemplo. O psiquiatra Rafael Boechat explica que as fobias são classificadas como um tipo de transtorno de ansiedade e que o diagnóstico é dado pela relação entre o perigo que o agente fóbico representa e o medo que a pessoa sente. “A pessoa que tem uma fobia tem uma reação totalmente desproporcional àquela situação, ao perigo. Por exemplo, uma pessoa que tem fobia de barata, se você coloca ela de frente para uma barata, ela vai ter uma reação fisiológica, uma reação física, taquicardia, coração acelerado, palpitação, suor, medo mesmo, pavor como se tivesse de frente de um leão, de uma cobra, de um agente realmente agressivo”, completa Boechat. Especialistas afirmam que uma fobia pode se desenvolver por uma predisposição genética, por padrões de comportamentos, de aprendizado ou por traumas vividos. A jornalista Gabriela Ribeiro Leão cresceu no