A família que a gente aprende como a ideal no imaginário popular é aquela que não se diferencia. Um grupo em que um espelha o outro, numa espécie de continuação. A família da propaganda de margarina é mais ou menos isso, né? Todo mundo igual, pensando igual, sendo igual, desejando as mesmas coisas. Não tem um filho que quer ser artista, numa família de médico. Nem uma filha que odeia casamento, numa família conservadora. E se a gente parte desse ponto - que amor é igual a ser a mesma coisa - é claro que a gente vai morrer de medo de conflito. Porque a mensagem subliminar é: conflito é igual a desamor, a rejeição, a algo errado. Então - quando ele surge - a gente precisa se fingir de morto, fugir ou se redimir. Acontece que se um dos grandes destinos da vida é se tornar quem se é, não vai dar para fazer isso sem conflito. É por aí que vai o episódio dessa semana, cê vem?