Nadia é o tipo de mulher que cuida de si mesma. Ela sabe que não pode lavar roupa com uma pele macia como a dela. Nem esconder um corpo sinuoso como aquele em uniformes. E que seria um pecado trancafiar seu rosto em um escritório. Nadia é justa, sem dúvidas, mas sua melhor qualidade é o altruísmo: adora fazer os homens felizes.
Celi parece que ainda mora na casa dos pais, de tanto tempo que passa lá. Quem não a conhece bem pode estranhar o fato da moça ser casada há cinco anos. Sabe como é, dizem que quando o filho não sai da casa dos pais é porque o casamento não vai bem. Mesmo boazinha, Celi de boba não tem nada – mas também não gosta de escândalo. Em vez de armar barraco por conta das suspeitas traições do marido, a boa moça prefere pagar na mesma moeda. Com direito a juros e correção monetária.
Clarissa é um diamante bruto. Não porque sua beleza precise de lapidação, muito pelo contrário, mas porque a moça distribui patadas contra qualquer homem que chegue perto dela. Apesar do método um pouco agressivo – ou talvez por conta dele, a verdade é que o pavio curto de Clarissa funciona como um ímã de cuecas.
Gleicy faz jus a todas as mulatas dos sambas da Mangueira. Tanto é que tudo que é homem na Estação Primeira sonha em experimentar aquele corpo de chocolate cheio de curvas. Claro que Gleicy tinha que ter um defeito: o marido. Muito bem casada, mantém as aparências de boa moça e excelente esposa. Virtualmente, no entanto, prova que é uma mulher maravilhosa.
Quase nada é pior do que uma ex-gordinha. Salvo quando essa ex-gordinha se transforma em um mulherão. Ainda mais se ela for uma ex-moradora do Grajaú que tomou gosto pelas frescuras da Zona Sul. Pior é quando ela precisa voltar para o bairro de origem e descer do salto alto adquirido pela fama efêmera. Experimenta mexer com Michelle.
Marta é o tipo de mulher que faz questão de vender uma imagem perfeita. Para todos os autos, é casada, mora na Zona Sul e tem uma filha. A rotina, como a de qualquer boa mãe de família que se preze, se resume a passear no calçadão, fingir se importar com a ousadia da babá e lembrar, ocasionalmente, da existência do marido. No geral, a vida de Marta é o mais normal e pouco surpreendente possível. Até agora.
Alice reúne em si mesma algumas qualidades do bairro em que mora, a Lapa: é intensa e, à primeira vista, um pouco sombria, mas aos poucos vai mostrando sua sensualidade. Só quem já sofreu algum desgosto pode entender o humor refinado – e afiado – desta moça envolvente que ainda não decidiu o que quer da vida.