Foi nos anos 60 que teve início o rock em Portugal. Face à dificuldade de obter discos vindos do estrangeiro, coube à rádio o papel fundamental na divulgação da realidade pop-rock que se vivia lá fora, o programa de rádio "Em Órbita" é uma referência. O filme "Sementes de Violência" com o tema "Rock Around the Clock" de Bill Haley ajuda também a criar uma onda de adesão ao novo movimento. É nesta década que surgem bandas como o Conjunto Académico João Paulo, Ekos, Conchas, Daniel Bacelar e Quarteto 1111, com José Cid. Victor Gomes e os Gatos Negros trazem uma nova rebeldia, com uma atitude ousada e um novo visual. A chegada à cena portuguesa de fenómenos musicais internacionais como os Beatles originam o aparecimento de bandas como os Sheiks, de Paulo de Carvalho e Carlos Mendes. Em paralelo aparecem os primeiros concursos de música, "Concurso do IÉ-IÉ" é o mais emblemático, realizado pelo Movimento Nacional Feminino. O contexto social e político que se vivia em Portugal acabaria por determinar o fim de muitas destas bandas. Apesar de nos anos 60 a música eléctrica que se fazia em Portugal ser maioritariamente "covers", estes anos foram muito importantes para o processo formativo que iria dar frutos nas décadas seguintes.
Os Anos 70 foram marcados pelo Festival de Vilar de Mouros. Várias bandas portuguesas como Objectivo (de Zé Nabo), Quarteto 1111 e Mini Pop partilharam o palco com Elton John, a grande atração do festival. Nesta década, a complexidade do rock sinfónico ou progressivo rivaliza com a simplicidade do punk. Bandas como os Tantra apresentam um aspeto musical e cénico bastante elaborado, recorrendo a efeitos de pirotecnia nos concertos, em contraste com bandas punk como Os Faíscas, de Pedro Ayres Magalhães, e Aqui d´el-Rock. É na década de 70 que os Xutos e Pontapés dão o primeiro concerto na Sociedade Filarmónica Alunos de Apolo, que Jorge Palma se inicia nas letras em português e que surgem por exemplo os Pop Five Music Incorporated, banda rock do maestro Miguel Graça Moura. Os anos 70 marcam também a chegada a Portugal das drogas que acabam por ter efeitos nos músicos portugueses.
Os anos 80 foram os anos do boom do rock, protagonizados por Rui Veloso com o célebre "Chico Fininho". Foi nestes anos que começou a corrida ao consumo da música rock portuguesa, a televisão passa a ter um papel determinante na divulgação das bandas e os concertos chegam aos estádios. O papel das editoras discográficas é essencial e há uma espécie de vertigem em que se grava tudo o que aparece como rock português. São destes anos bandas como GNR, Taxi, UHF, Jáfumega, o mítico António Variações, Adelaide Ferreira e Lena d´Água. É nesta primeira metade dos anos 80 que surgem os Heróis do Mar, uma banda polémica que traz uma nova atitude à cena musical portuguesa. Contamos as histórias das bandas, os momentos áureos, as curiosidades e as dificuldades de ser músico na primeira metade dos anos 80.
Os anos 80 foram os anos do boom do rock, protagonizados por Rui Veloso com o célebre "Chico Fininho". Foi nestes anos que começou a corrida ao consumo da música rock portuguesa, a televisão passa a ter um papel determinante na divulgação das bandas e os concertos chegam aos estádios. O papel das editoras discográficas é essencial e há uma espécie de vertigem em que se grava tudo o que aparece como rock português. São destes anos bandas como GNR, Taxi, UHF, Jáfumega, o mítico António Variações, Adelaide Ferreira e Lena d´Água. É nesta primeira metade dos anos 80 que surgem os Heróis do Mar, uma banda polémica que traz uma nova atitude à cena musical portuguesa. Contamos as histórias das bandas, os momentos áureos, as curiosidades e as dificuldades de ser músico na primeira metade dos anos 80.
Neste episódio temos como principal protagonista a banda Xutos e Pontapés e olhamos para o panorama musical português da segunda metade da década de 80. Bandas como Sétima Legião e Rádio Macau dão cartas no panorama mais mainstream. Fazemos uma abordagem também ao mundo underground com os Mler Ife Dada, Pop dell´Arte e Mão Morta. Nestes anos aparece também o Rock Rendez-Vous, casa mítica da cena musical, e os concursos de música moderna que ajudam ao aparecimento de muitas bandas. Surgem também novas editoras discográficas como a Ama Romanta que dão oportunidade a bandas fora do mainstream.
Os anos 90 são o culminar de um processo que teve início nos anos 60. Estes anos são marcados pelo encerramento do Rock Rendez-Vous e pelo aparecimento do Johnny Guitar, local de encontro para todo o tipo de músicos. É no Johnny Guitar que surge o Palma´s Gang, com Jorge Palma, Zé Pedro, Kalu, Flak e Alex Cortez. Neste episódio vamos ao encontro da segunda leva de bandas do punk português como Peste e Sida e Censurados. Os Despe e Siga, que começam por ser uma banda alter-ego dos Peste e Sida, integrando inicialmente os mesmos elementos, acabam por se tornar uma banda autónoma e rival. Os anos 90 são os anos das grandes vendas, dos grandes gestos editoriais que acabam por culminar no Portugal ao Vivo em 1993. É nos anos 90 que os Xutos e Pontapés se separam, algum tempo depois de descobrirem que estavam a ser alvo de burla, que os Sitiados passam a ser reconhecidos pelo público com a "Vida de Marinheiro", e algumas sementes que vinham dos anos 80 dão frutos. É o caso dos Delfins, uma aposta de Pedro Ayres Magalhães no âmbito da Fundação Atlântica. É também o início dos supergrupos como o coletivo Resistência, com elementos vindos de várias bandas do momento. Na década de 90, por um lado a música portuguesa enchia estádios, por outro lado borbulhava no underground com bandas como os Tina and the Top Ten, Lulu Blind e os More República Masónica.
Depois do enorme sucesso nos anos 80, os Xutos & Pontapés começam a década de 90 com alguns percalços e o fim da banda parece anunciado. O sucesso renasce de onde menos se espera, precisamente a meio da década, em 1995, com a gravação em formato acústico do álbum "Ao Vivo na Antena 3", no qual se destaca uma nova versão da música "Homem do Leme", que se torna, de um dia para o outro, num dos maiores sucessos de sempre do rock português e, no final da década, os Xutos e Pontapés são de novo a grande referência da nossa música eléctrica. A banda afirma-se como uma imparável máquina de rock em Portugal, assinando produções ao vivo de grande ambição que se estendem até aos dias de hoje.
Nos anos 90, a chegada do Compact Disc (CD) como formato de distribuição de música, catapulta a indústria musical para grandes recordes de vendas em todo o mundo. Em Portugal, "Rock in Rio Douro" dos GNR, "O Caminho da Felicidade" dos Delfins, "Mingos & Os Samurais" do Rui Veloso e "Viagens" do Pedro Abrunhosa atingem uma popularidade sem precedentes e marcam do ponto de vista social, cultural e até político a vida do país.
Do crescimento exponencial da indústria musical nos anos 90, surge a oportunidade de apostar em novas bandas onde a língua inglesa e a música alternativa são novidades. Os Silence 4 e os Blind Zero, a cantar em inglês, os Ornatos Violeta em português e as sonoridades mais subterrâneas dos Mão Morta e a agressividade desafiante dos Moonspell, trazem uma nova paisagem à música portuguesa, que começa a olhar para outros mercados. Os LX-90 são os pioneiros da internacionalização e os Moonspell conquistam os tops um pouco por todo o mundo.
Erguendo a bandeira do "do it yourself", surgem bandas um pouco por todos o país. De Coimbra, os Tédio Boys desafiam o status quo e a sua rebeldia desafia tudo e todos, partem à descoberta da América, onde alcançam um sucesso considerável, que os vai depois catapultar para se tornarem uma das maiores referências da música indie portuguesa. De Lisboa, os Linda Martini e os Vicious Five tornam-se bandas de culto. A editora Flor Caveira, que surpreendentemente alia a religião ao punk rock, apostando exclusivamente em músicos e bandas que cantam em português, lança nomes como Samuel Úria, B Fachada ou João Coração e bandas como Os Pontos Negros ou Diabo na Cruz, que vão revolucionar a forma de cantar em português.
O hip-hop, que hoje lidera os tops das rádios nacionais, estava completamente à margem nos anos 90. Fomos descobrir a génese desta cultura e da sua vertente musical em Portugal, à volta de Lisboa e do Porto. A importância dos Cool Hipnoise enquanto pioneiros e o impato gigante dos Da Weasel. Sam The Kid, Boss AC, Dealema e Capicua explicam na primeira pessoa como transformaram as suas palavras e beats em clássicos absolutos.
A Internet revolucionou o mundo e na música teve um impacto imediato. Desde a forma de criação, até à distribuição, tudo se alterou na forma de trabalhar dos artistas. A facilidade de ouvir e descarregar música democratizou o seu acesso e potenciou novas linguagens. Nomes como Conan Osíris ou Orelha Negra são exemplos de artistas que usam um vocabulário tão extenso quanto este quebrar de barreiras lhes permitiu. The Legendary Tigerman ou os Dead Combo, tiraram partido deste novo veículo e estabeleceram-se como artistas do mundo. Mantendo a sua identidade, são escutados desde o Monte Fuji no Japão até às planícies californianas dos EUA.