Foi campeão olímpico do triplo salto nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, mas várias lesões e perdas familiares depois, Nélson Évora recusa o estatuto de homem forte invencível. "Eu tive das quedas mais duras no desporto e na vida pessoal. Das coisas mais difíceis que eu já tive e tenho ainda hoje, nos meus piores dias, é que eu ganhei um estatuto. As pessoas acham que eu não caio. Eu sou um gato autêntico: 'Se cair vai cair de pé'". Mas o atleta de 40 anos não se vê da mesma forma. "Chega uma altura em que nós não queremos cair de pé, não temos forças para cair de pé. Temos de ir de costas, de cabeça, seja como for. O exercício mais difícil da minha vida é as pessoas acharem que eu estou sempre bem, porque eu já provei que sou forte", diz, no episódio desta semana do podcast "Um Homem não Chora". "Não tenho problema em dizer: eu gostava de ir aos Jogos Olímpicos. Eu não vou aos Jogos Olímpicos. Deixa-me triste? Deixa, porque faz parte do meu ADN lutar. Mas já não me deixa...