Nasceu assim, cresceu assim, chama-se Fado Carlos do Carmo passou os 60 anos de idade e 45 de carreira; conheceu todos os fadistas mais velhos; tem 50 anos de memórias pessoais e mais 50 de memórias que lhe passaram os mais velhos. São 100 anos de fado. Mas a história do fado não se faz só de memórias... As origens: a modinha sentimental, o lundum, o fado afro-brasileiro. O mito da Severa. As figuras tradicionais da fadista "à antiga" e do faia. Faias e fadistas no final do século XIX. Os fados "clássicos" e os "estilos". Os fadistas que mais se destacavam a estilar os grandes fados tradicionais.
Vou por Lisboa, maré nua que desagua no Rossio Fala-se das raízes do fado na cidade de Lisboa e nos seus bairros populares; Os mais antigos da tradição das esperas de touros e das idas às hortas, quando o fado ainda se cantava de maneira informal e improvisada, antes da profissionalização dos fadistas. Os retiros, as esperas, as hortas. O fado nas redes de propaganda operária. O aparecimento do disco de fado. As primeiras casas de fado. As principais casas de fado do passado. Evocam-se algumas figuras-chave de fadistas associados a cada espaço.
Andam cantigas a bailar de boca em boca O fado tradicional. É apenas um de entre largas dezenas de fados compostos por autores identificados, geralmente cantadores ou guitarristas, que se podem cantar com diferentes poemas sobre a mesma música. Era o tempo em que cada fadista tinha o seu próprio repertório, pessoal e intransmissível, e em que cada fadista deixava por isso uma marca na evolução do Fado, tanto como intérprete como pela escolha do repertório, como ainda, muitas vezes, como autor. O período da Primeira República coincide com uma fase de grandes inovações musicais e poéticas na composição de fados: versículo, duplicado, triplicado, alexandrinos, decassílabos, quintilhas, sextilhas, etc. O programa é dedicado a algumas dessas figuras mais marcantes, umas como intérpretes, outras como compositores, entre as quais: Alfredo Marceneiro, Joaquim Campos, Armandinho, Casimiro Ramos, Amália, Maria Teresa de Noronha, etc... O fado na revista e a emergência do fado-canção. A revalorização do fado estrófico castiço.
Chorai, chorai, poetas do meu país Referência histórica aos fados do século XIX. O fado operário do início do século XX. A censura e a fixação das temáticas "castiças". Fados com textos de Ary dos Santos, Linhares Barbosa, Carlos Conde, Frederico de Brito, Alain Oulmain, Camões, Pedro Homem de Melo, Manuel Alegre, etc. Os poetas mais recentes, Aldina Duarte ou Manuela de Freitas
Andam guitarras a gemer de mão em mão As origens da guitarra portuguesa. Os guitarristas da viragem para o século XX , João Maria dos Anjos, Petrolino, etc.. O papel de Armandinho. O papel da família Grácio. Os grandes guitarristas de meados do século XX: Jaime Santos, José Nunes, Carvalhinho, Fontes Rocha, Raul Nery. O papel da viola, Martinho da Assunção, e da viola baixo, Joel Pina. Referência aos novos guitaristas: Ricardo Rocha, José Manuel Neto, etc.
ado longe, fado perto, fado distância de mim A carreira internacional de Amália: retrospectiva. O fenómeno Mariza . O repertório de Carlos do Carmo nos anos 70/80 e o lançamento da sua carreira internacional. Novos compositores para Fado: José Luís Tinoco, José Mário Branco, Paulo de Carvalho, Fernando Tordo, António Vitorino d"Almeida As rupturas dos anos 80/90. Os não fadistas: a figura iconoclástica de António Variações, Paulo Bragança, Dulce Pontes, etc. O Fado na "World Music". Os novos fadistas, alternando fados clássicos e modernos. A apresentação do fado a património da UNESCO. A série fecha com uma reflexão de conjunto. O fado está vivo, renova-se, mergulha nas suas raízes, assume novos desafios.