Em 1943, a vila de Murça está engalanada para prestar homenagem ao seu filho mais ilustre - Aníbal Augusto Milhais - atribuindo o seu nome à aldeia que o viu nascer e que passa agora a chamar-se Valongo de Milhais. Todos o esperam: o presidente da câmara, a mulher e o filho. Indiferente a mais uma condecoração o Soldado Milhões parte em perseguição do lobo que atormenta a aldeia. Na companhia da filha Adelaide, Aníbal Milhais recorda o momento da partida para a Flandres, quando nem tinha 20 anos. Integrando assim o Regimento de Infantaria 15 do Corpo Expedicionário Português, na companhia de Sabugal, Penacova e Malha-Vacas. A guerra está em marcha, e com ela a lenda do Soldado Milhões.
Na Flandres, Aníbal Augusto Milhais só pode contar com os seus companheiros, com a sua Luisinha e a proteção do lenço que lhe ofereceu a sua amada. Nas trincheiras, os bombardeamentos são constantes e o pelotão, para ultrapassar o desânimo e o cansaço, conta com a ajuda do médico Jaime Cortesão e com o incentivo do Capitão Ribeiro de Carvalho. Durante a ofensiva, o Almeida, um dos seus companheiros de armas, deserta e em consequência desse seu ato é condenado à morte por fuzilamento. Malha-Vacas, o melhor amigo de Aníbal, é escolhido para o pelotão de fuzilamento, experiência que o irá traumatizar e conduzir a um desfecho trágico. Em Murça, de volta a 1943, Aníbal e a filha continuam na perseguição ao lobo e Milhais vê-se novamente a braços com um inimigo feroz e imprevisível.
Nas trincheiras é anunciada a rendição do RI 15 mas a alegria é momentânea, já que uma nova ofensiva alemã obriga ao regresso à trincheira. Está em curso a Batalha de La Lys, uma das mais importantes e decisivas da I Guerra Mundial. Os alemães, em maior número, avançam sobre a linha portuguesa e Aníbal Augusto Milhais defende a posição sozinho, o que permite aos companheiros retirarem em segurança. Após rechaçar várias ofensivas, Aníbal deambula pelos campos da Flandres (onde o seu destino se cruza com o da pequena Anne) e salva um militar escocês de morrer afogado. Os relatos dos seus feitos heróicos precedem-no, e à sua chegada ao acampamento, o Major Ferreira do Amaral dirige-lhe as palavras que viverão para sempre: - É Milhais, mas vale milhões.