Um sujeito não linear.
O renascentista Leonardo Da Vinci transitava livremente, como ninguém jamais transitou, entre a arte e a ciência. Ao longo de toda sua trajetória, nunca existiu fronteira separando uma coisa da outra.
Com Da Vinci, rigorosamente tudo acontecia junto e misturado. Enquanto ele pintava uma cena religiosa por encomenda da Igreja, esquartejava cadáveres na calada da noite para estudar anatomia. Enquanto projetava uma máquina de voar ou de fazer guerra, reformava um castelo, organizava festas ou cozinhava para os patrões. Esse comportamento errático, típico de quem tenta abraçar o mundo, acabou por cobrar-lhe um preço alto. Pouquíssimas de suas ideias saíram do papel. Mas isso não rouba de Da Vinci nenhum dos adjetivos que habitualmente são atribuídos a ele. Genial. Visionário. Perfeccionista. Obcecado. Compulsivo… Enfim, a maior expressão do “homem universal” almejado pelo Renascimento.