Como pode uma pessoa que expõe todas as suas fragilidades ser um símbolo de força? Hoje eu abro as portas da minha casa para essa convidada que já passou pela casa de todos vocês. E nem faz tanto tempo assim, visita recente! E também deve ter ficado na sua cabeça como um uivo que anuncia que a vida nem sempre é legal, mas existe e estar aqui é arcar com isso. Passar o café, benzer o corpo e ir. Afinal de contas, passar por aqui, pela vida, no caso, é estar preso a si mesmo por mais, muito mais que 127 horas. Vocês tão ligados nesse filme? E nesse sentimento? Chega de lero lero e, só pra não perder a piada.
Chamei quem entende de casa e faz um trabalho de uma vida inteira para que todo mundo tenha a chance de dizer "depois passa lá em casa". Essa é uma frase que todo mundo tem o direito de ter na boca. Parece utopia, mas, nas boas risadas que demos nesse sofá hoje, minha visita me prova que a utopia é um método eficaz. E isso constrói bons poemas, boas canções, bons programas, bons países e boas cidades. Que bom que quem bebe desse café que eu passei está disputando a transformação das coisas. Que bom que quem faz carinho nos meus gatos está disposto a cuidar da maior cidade da américa latina. Por hoje, sem piadinha de Rio x SP. Psicanalista, filósofo, pai de menina, torcedor do Corinthians, deputado federal e algum tipo de trocadilho que eu não quis fazer com seu nome. Guilherme Boulos.
A minha convidada de hoje é uma adepta da solidão. Agora, já eu ... ???? e deve ser por isso, né, que eu gosto tanto que passem aqui na minha casa. E fiquem, por favor! Do Rio de Janeiro, das ruas de São Paulo, do porta luvas atravessando a fronteira entre o México e os Estados Unidos... quem passa aqui em casa hoje já passou pelos seus olhos mais de uma vez, com certeza. Teatro, cinema, TV, revistas, álbuns de figurinha, cortes do TikTok, YouTube e por aí vai. E, ó, confissão de adulta: eu já tô crescida, mas quero ser um pouco como Deborah Secco.
Quem passa aqui em casa hoje, provavelmente, já passou na casa de todos vocês, pelo menos nos ouvidos ou nas caixinhas de som. De volta redonda, de casas, de palavras, eu tô ligada nesse menino por amigos de amigos do colégio. Muito maneiro receber um rosto indicado ao grammy que já foi um rosto que eu vi cheio de espinha. A vida é uma parada, né? Ele é aquele amigo que seus pais amam e que os pais da música popular brasileira amam e que agora, recém-gostoso, quer ser amado e sexualizado por mim, por você, por nós… Não acredita em amor romântico e tem um rasgo no peito, conta outra né?
É de outro mundo quando você passa pela vida de alguém e não passa batido, né? Essa que passa aqui em casa hoje já me arrancou tantas boas gargalhadas que me parece impossível dizer o nome dela sem sentir felicidade. Ela já fez de tudo nessa vida e, para nossa sorte e para confirmação de uma revelação que teve quando criança, hoje é uma das caras mais populares da internet. Mulher de muita fé e poucas burocracias com o Divino, Patrícia Ramos me faz ser menos cética e crer mais na risada.