As cercas são ótimas para dar contorno e segurança, mas elas não fazem só isso. As cercam nos privam de viver coisas novas, de experimentar novos espaços. Às vezes a gente cresceu, a vida cresceu, as coisas mudaram, e a gente não se permite crescer, mudar e expandir junto com a vida, porque elas não deixam. A gente mesmo não se deixa. E aí é preciso lembrar que uma experiência ruim não precisa definir a nossa vida inteira. Uma percepção sobre a vida não precisa ser a mesma até o fim dela. Inteireza, para mim, tem sido cada vez mais isso: me permitir ser tudo que eu posso ser. E chamo isso de inteireza, porque eu sou as minhas rejeições, mas sou também todas as vezes em que eu fui amada. Eu sou os meus tombos, mas sou também todas as vezes em que eu acertei o passo. Eu sou as minhas raízes, mas sou também as minhas asas. Eu sou as minhas dores, mas também sou a minha cura. Mas pra me reconhecer em todos os meus tamanhos, em todas as minhas versões, eu preciso me deixar ser tudo que eu