Descobri nos primeiros anos de terapia que eu sou controladora. A minha primeira reação foi: eu? Controladora? A Elsa me conhecia muito do ponto de vista psicanalítico, tinha credibilidade, mas aquela afirmação me assustou. E eu disse: eu controladora? Por quê? No lugar de me responder, ela me fez outra pergunta: por que você está tão incomodada com a ideia de que as coisas possam ser de outro jeito que não daquele que você planejou? Por que está tão difícil para você abrir espaço para que as coisas se apresentem do jeito que são e não do jeito que você queria que elas fossem? Por que você está brigando com a realidade, no lugar de abrir mão das suas fantasias? Ela não disse, mas poderia ter dito: por que você não vai ser feliz com essa pessoa que te faz bem e feliz, no lugar de ficar elaborando justificativas para não abrir mão dos seus conceitos cristalizados sobre o que é uma pessoa ideal? Por que você não aposta nesse novo emprego, invés de ficar arranjando desculpas para não sair