Quando em 2012 fui morar no Rio Grande do Sul descobri uma notável presença de gaúchos negros. Essa notável presença não se fazia só em números, era evidente o quanto a cultura de ancestralidade africana contribuiu para a construção do Estado gaúcho. Mas apesar disso, a percepção que temos de fora é que a cultura Gaúcha foi construída unicamente por pessoas brancas. O História Preta de hoje vai falar sobre a história esquecida do Invisível Gaúcho Negro.
Nesse episódio Thiago busca mapear as origens do Samba como conhecemos, desde a África até a Pequena África no Rio de Janeiro do início do século 20.
Nos últimos dois episódios nós passamos beeem de leve na questão do braqueamento racial e os ouvidos mais atentos acabaram espantados com essa informação, pois não sabiam que houve no brasil politicas publicas para conter o avanço da população negra. Por conta desse espanto generalizado e do desconhecimento de um fato histórico tão basilar para entender o brasil é que decidi dedicar um episódio inteirinho sobre o tema.
Nesse episodio experimental eu vou ler com você um conto publicado no jornal Correio Paulistano em 1888 que nos ajuda a entender como pensava a elite branca paulistana no calor do momento da Abolição da escravidão no Brasil.
Como é que uma artista de musica pop que há alguns anos estava nas paradas de sucesso com musicas como Crazy in Love, cantando sobre um amor água com açúcar, passa a ser tão engajada politicamente a ponto de fazer espetáculo tem como espinha dorsal o discurso politico sobre questões raciais na América? Sobre a questão é que vamos refletir enquanto ouvimos música de primeiríssima qualidade. Puxa uma cadeira, passe um café e vem comigo.
A Netflix acaba de lançar em seu catálogo global a série dramática baseada em fatos reais “Olhos que condenam”. A Série conta a história de cinco adolescentes da periferia de Nova York que acabam acusados e condenados por crime sexual que não cometeram. Mas a questão que ficou na ar sem resposta é, como foi tão fácil acusar, julgar e condenar cinco jovens negros e latino por um crime que claramente eles não cometeram? Para buscar essa resposta nós vamos mergulhar na história recente dos EUA e junto Caio Cesar (@geocaio) tentar refletir um pouco sobre os danos no campo simbólico e material causado pelo esteriótipo do Mito do Homem Negro Estuprador.
Contam a história do boca a boca que Robert Johnson era um guitarrista medíocre até se encontrar com o Diabo em uma encruzilhada do Mississípi e vender sua alma em troca de talento. Mas o quanto disso é fato e o quanto é mito? Seja lá como for, o fato é que ele influenciou toda uma geração de músicos e sua história mítica se confunde com a história do próprio Blues.
O Uruguai, assim como seu vizinho gigante ao norte, também se beneficiou do sequestro de pessoas negras trazidas às pressas para trabalhar na construção do território recém ocupado. As contradições raciais, experienciadas em toda américa escravista também encontrou lugar nesse pedacinho de terra espremido entre portugueses e espanhóis. E é na gênese desse país de contradições raciais que um homem negro, sapateiro e autodidata, se faz necessário ao invadir o mundo branco através da escrita. conquistando respeito e intervindo junto a poderosos homens brancos em favor da população negra.
Eu queria estar fazendo um episódio sobre outra coisa, na verdade o episódio de hoje seria sobre outra coisa mesmo. Mas uma menina de 8 anos morreu no Rio e isso despertou uma série de questões na minha cabeça que me fizeram sentar aqui e escrever um pouco e talvez gravar um programa sobre isso.
No Brasil houve um momento histórico em que era possível identificar um falar africano, mas com o tempo esses idiomas quase desapareceram cedendo ao projeto de unificação nacional que difundiu português por todo território. Eu digo quase, porque na verdade ele foi incorporado ao idioma da classe dominante e ajudou a criar um novo Português, o Português do Brasil.
Com a islamização do Egito no século 7, uma das maiores potência econômica e política do norte africano, os 3 séculos seguintes vão ser de expansão territorial e consequente avanço da cultura árabe e islamização de mais países. O que resulta no surgimento de muitos califados, que continuam expandindo e aumentando sua influência cultural na região. Nesse contexto vão surgir diversas impérios africanos abertamente muçulmanos, dentre eles os Impérios do Mali. Por conta de uma jihad, ou seja, uma guerra por motivos religiosos, muitos soldados derrotados no norte da Nigéria foram vendidos como escravos para os europeus, senhores do tráfico de pessoas no atlântico. É daí que vão sair muitos dos escravizados muçulmanos que vão aportar no brasil – os Hauçás, que na Bahia ficaram conhecidos como Malês, são um deles.
Assim como a fictícia Wakanda, Palmares existia escondida entre as palmeiras da Serra da Barriga. No coração do Brasil essa pequena comunidade de negros fugidos prosperou silenciosamente até se tornar tão grande e incomoda que despertou o desejo de destruição pelo poder colonial. Seu líder mais famoso, Zumbi dos Palmares, morreu em 20 de Novembro de 1695 após resistir por mais de uma década ao poderio militar Português. Mas como esse cara, líder de uma comunidade de negros no século 17, virou um símbolo de luta anti racista para os movimentos negros dos século 20 e 21? De tantas lutas, revoltas, lideranças, por que justamente Zumbi e Palmares são tão significativos ainda hoje?
AmarElo é um album solar, que busca construir pontes falando com maturidade de nossas fraquezas, certezas e lutas do dia a dia. É sobre o Elo que se fecha entre as lutas passadas e presente pra nos mostrar que há outros futuros possíveis e que dias de sol também são feitos para nós, pessoas negras.
O História Preta está fazendo um ano. E sou muito grato por todas vezes que fui salvo produzindo esse podcast. Nosso papel e usar nossa voz pra comunicar nossa História, e trazer à superfície toda sabedoria ancestral soterrada por anos de racismo antinegro. Por isso o 1º episódio do ano é sobre ele, o Orixá mensageiro, aquele que não só detém em si toda sabedoria ancestral como também a comunica através da humanidade. Sua sabedoria misturada com esperteza é assustadora e desafia o status quo. A sua simples existência é uma ameaça. Sua paciência no aprendizado e comunicação, sua capacidade de criar novas possibilidades a partir das encruzilhadas a confunde visão de mundo embranquecida. Por isso ele está marcado pra morrer. Por isso querem seu silêncio. E o seu nome é Exu. O primeiro.
Se você foi um adolescente no inicio dos anos 2000, provavelmente não passou ileso à calça de cós baixo, nem à sombracelha afinada e muito menos ao Bonde do Tigrão. Com toda certeza esse foi o ponto na história em que Funk Carioca conquistou de vez o seu espaço como um gênero musical legitimamente brasileiro. Mas ele percorreu um longo caminho até chegar as paradas de sucesso de todas rádios do país.
Já em clima de Carnaval, o História Preta de hoje vai contar um pouco do legado político, econômico e social provocado pelo primeiro Bloco Afro do Brasil, o Ilê Aiyê. O pioneirismo do Ilê está em positivar a cultura africana e afro-brasileira, construindo seu discurso e práticas antirracistas intermediados exclusivamente pelo corpo negro. Esse mesmo corpo subalternizado e estigmatizado foi posto nas ruas da cidade mais negra do país como protagonista de uma revolução cultural sem precedentes.
Em outubro de 2019, Emicida lançou um dos seus álbuns mais marcantes da carreira – o AmarElo Já tinha uns 4 anos que ele não lançava um álbum de inéditas e 2019 estava sendo um ano especialmente difícil para o Brasil. Então a galera que acompanha o trabalho dele tava esperando vir aquela pedrada pesada com reação a tudo o que estava acontecendo, mas o que veio foi um álbum mais sereno, pé no chão e solar. Quando ele lançou o álbum muita gente questionou se o Emicida tinha mudado, já que tudo parecia muito diferente do que estávamos acostumados a ver ele fazer. Nesse episódio batemos um papo com o Emicida sobre sua trajetória ao longo desses últimos 10 anos para entender se de fato ele rompeu com seu suposto passado de rapper mau pra construir esse novo projeto.
O futebol como conhecemos nasceu na Europa e foi trazido para o Brasil por pessoas brancas bem nascidas. Aqui, essas pessoas brancas herdeiras das riquezas produzidas na escravidão, moradores da zona sul carioca, criaram clubes sociais de futebol pra pessoas brancas e herdeiras como elas. Mas como esse espaço impenetrável da branquitude carioca foi aberto à homens negros, favelados e suburbanos? O que fez a branquitude carioca abrir mão de seu símbolos de poder e se render ao encantamento do futebol jogado por pernas negras? Nesse episódio vamos em busca de compreender quais eram os ideais que permeavam a cabeça da Elite Nacional e os motivos dessa elite em tentar segregar a população negra do esporte que seria o mais popular do País.
Por muitos anos os clubes do eixo Zona Sul-Tijuca pôde aproveitar sua hegemonia no campeonato carioca, isso porque no ano de 1923 um pequeno clube sairia da segunda divisão pra mudar história do futebol pra sempre. Vestidos com sua camisas negras, jovens pretos, mestiços e brancos pobres, saíram dos lugares mais indesejados da cidade e formaram a equipe que arrastou multidões de pessoas jogando um futebol que pôs todas equipes grandes de joelhos. Eles vieram pra fazer uns gols, e talvez ganhar umas partidas, mas no meio do caminho puseram em xeque conspeções de raça e classe dentro das quatro linhas do Futebol.
Em 2014 o goleiro Aranha sofreu injúria racial em partida contra o Grêmio no Arena em Porto Alegre. O episódio ressuscitou discussões antigas sobre o silêncio dos clubes em relação aos constantes casos de racismo nos estádios da capital gaúcha. Com participação de Alê Garcia (Negro da Semana) e Marcelo Carvalho (Observatório da Discriminação Racial no Futebol) vamos refletir sobre a História Social do Grenal tomando como ponto de partida discussões a respeito de território e raça e também o apagamento histórico da população negra no Rio Grande do Sul.
A história do futebol no brasil nos prova que não há mínima possibilidade de entender o esporte mais amado do país sem entender o próprio Brasil. A política e o futebol sempre andaram de mãos dadas por aqui. Desde que o primeiro homem negro pôs os pés no gramado, ele já estava fazendo política ao marcar a existência de corpos negros para além do campo de trabalho braçal. Num Brasil que se pretendia branco, ser um sujeito preto nos gramados em muitos casos já era um ato de rebelião. Mas será porque os jogadores negros de destaque hoje não se posicionam politicamente?
Todos sabem quem foi Leônidas da Silva, Domingos da Guia, Pelé, mas poucos saberiam dizer quais os nomes das mulheres negras que foram pioneiras no futebol feminino. Quando decidi pesquisar a trajetória das mulheres negras no futebol percebi que havia pouca coisa escrita sobre elas. Esse episódio, que conta com a participação das pesquisadoras Mariane Pisani e Aira Bonfim, é o resgate da memória dessas mulheres que jogaram futebol nos anos 30, mas que por algum motivo foram esquecidas pela história hegemônica.
Em 2014 o goleiro Aranha sofreu injúria racial em partida contra o Grêmio no Arena em Porto Alegre. O episódio ressuscitou discussões antigas sobre o silêncio dos clubes em relação aos constantes casos de racismo nos estádios da capital gaúcha. Com participação de Alê Garcia (Negro da Semana) e Marcelo Carvalho (Observatório da Discriminação Racial no Futebol) vamos refletir sobre a História Social do Grenal tomando como ponto de partida discussões a respeito de território e raça e também o apagamento histórico da população negra no Rio Grande do Sul.
Em um mundo de relações mediadas pela imagem é importante para o fortalecimento da comunidade negra olhar para si de maneira mais generosa. Mas não dá para fazer isso usando referências de beleza que não foram feitas para nós.
Aqui no Brasil foi desenvolvido um sistema sofisticado de aplicação do racismo. Somos um país indiscutivelmente miscigenado, mas que sabe identificar e classificar muito bem quem é negro e quem não é no extrato social. E pra isso o brasileiro médio usa dois marcadores muito significativos, a cor da pele e o cabelo. Dos dois, o cabelo, que é o mais passível de intervenção e modificações, constitui um elemento fundamental de como negro se vê e como é visto em sociedade.
Centenas de homens negros planejam tomar cidade e iniciar uma Revolução. Ali perto uma mulher negra prepara a comida que irá vender de manhã na praça. Todos eles estão em perigo, todos eles carregam consigo Proteção.
Há quem diga que a Abolição veio da mão de uma princesa. Mas há um outro ponto de vista pra essa história. A história de como sujeitos negros tiveram a ousadia de sonhar com o fim da instituição mais sólida do país – a escravidão. Mas eles não tinham só sonhos. Eles tinham um plano Essa é a história de como eles fizeram esse plano dar certo.
Aos dez anos Luiz Gama foi vendido como escravo pelo próprio pai, mas numa sequência de feitos inacreditáveis conseguiu sua liberdade e começou um movimento que iria mudar o país para sempre.
Engenheiro, empresário, filantropo, e aos 29 anos já era o homem negro mais rico do Brasil Império. Tudo que André Rebouças sonhou se tornou realidade. Mas essa realidade pode ser mais frágil do que ele imagina.
José do Patrocínio nasceu bastardo e sem sobrenome, um legítimo Zé Ninguém. Mas uma aliança improvável vai fazer dele um líder do movimento que mudará o rumo da nossa história.
Um punhado de jangadeiros decide fazer uma greve no porto de Fortaleza para impedir o tráfico de escravizados, o que eles não sabiam é que esse ato desencadearia uma série de acontecimentos que mudariam o país para sempre.
Sob intensa repressão do Estado Imperial, o movimento abolicionista precisa reagir. José do Patrocínio convoca seus companheiros a pegar em armas. Eles vão chegar à Abolição, nem que seja por uma estrada coberta de sangue.
Ela foi a primeira mulher a escrever um romance no Brasil, a primeira a escrever um romance antiescravista, inaugurou o que hoje chamamos de literatura afro-brasileira, mas nada disso foi o suficiente pra livrar Maria Firmina dos Reis do completo esquecimento.
Um jovem negro chamado Donga entra para história como o autor do primeiro samba, mas uma acusação de plágio revela que Tia Ciata, além de quituteira e líder religiosa, era também musicista e compositora.
No início do século 20 uma mulher negra atuava no carnaval em papéis que hoje em dia são domínio hegemônico dos homens. Apesar de na sua época ter sido tão famosa quanto Tia Ciata, hoje quase ninguém sabe de sua existência.
Tia Dodô viu com seus próprios olhos a Portela se transformar numa gigante do Carnaval. Ao longo de 80 anos de sua vida viu o samba se transformar e dominar o mundo. Durante esse tempo, esteve silenciosamente fazendo algo que iria mudar a história social do samba para sempre.
Aos 63 anos de idade, aos pés da Igreja da Glória, Clementina de Jesus viu sua vida virar de cabeça para cima depois de um encontro inesperado que mudaria o cenário da música brasileira nos anos 60.
Em um ambiente dominado por homens, Dona Ivone Lara foi uma das compositoras mais frutíferas da música popular brasileira. Mas apesar dos seus muitos sucessos gravados por outros artistas, precisou lutar muito para provar que merecia seu próprio lugar ao sol.
Desde o início de sua carreira Leci Brandão assumiu posições políticas muito claras, estando sempre ao lado das populações negras, mas não só isso. Esteve absolutamente sensível às lutas de minorias sociais marginalizadas e pôs sua carreira musical à disposição delas, e por conta disso, teve um caminho difícil para consolidar sua carreira.
Na década de 80, um grupo de sambistas tomou a música brasileira de assalto e nunca mais largou. No centro desse movimento, que revolucionou a jeito de fazer samba, estava uma mulher negra de pele bem escura, voz marcante e um nome expressivo: Jovelina Pérola Negra
Francisca Manicongo, mulher negra, escravizada no Brasil, entrou para história ao ser denunciada por desvio sexual ao Tribunal da Santa Inquisição. Seu crime? Ser uma mulher transexual em pleno Brasil Colônia.
No fim do século 19, um homem negro, líder quilombola, espalhou o pânico nas elites rurais no interior do Espiríto Santa e Bahia. Há mais de uma década em fuga, as lendas diziam que, graças a uma proteção sobrenatural, era impossível que ele fosse preso ou morto. Nem nos seus piores sonhos as elites pensaram que um dia teriam que lidar com um líder quilombola imortal.
Ela foi escrava, prostituta e beata. Nasceu no Benin, viveu no Brasil e morreu em Portugal. A história de vida de Rosa Egipcíaca é uma epopeia sem precedentes na história nacional.
Sentido que estavam sendo lesados pela classe senhorial, um grupo de escravizados da fazenda do queimado, no norte do Rio de Janeiro, planejava invadir a sede da propriedade, quando o senhor de escravos estivesse tomando chá. A insurreição começou com Manuel do Sacramento, um escravizado que sabia ler.
Benedita passou por uma série de dificuldades, mal entendidos e fugas dramáticas para garantir a integridade de sua liberdade. Mas ela esconde um segredo que pode arruinar sua vida definitivamente.
Depois de alguns anos de Sergio Camargo na presidência Fundação Palmares, nós vamos atravessar a cortina de fumaça, ir além dos tweets polêmicos e tentar entender os impactos reais de sua gestão no dia a dia da comunidade negra.
Depois de sucessivas investidas de diferentes governos contra organizações negras, a militância percebeu a necessidade de criar uma Instituição de Estado que trabalhasse em prol da comunidade negra. Mas isso não seria fácil, antigas forças políticas iriam reagir.
Ao longo do século 20, comunidades quilombolas foram apagadas e estigmatizadas pelo estado brasileiro. Hoje, elas lutam por reconhecimento e o direito de existir pacificamente em seus territórios.
Desde que o Brasil é Brasil, os modos de viver quilombola representam uma ameaça à dinâmica colonial. A longevidade e resistência dos quilombos se deve a conceito conhecido por “A Paz Quilombola”.
Nos anos 50, João Cândido é encontrado esquecido pela história, vendendo peixe na beira da mesma Baía de Guanabara que fez dele um herói. Mas o que exatamente ele fez para merecer isso?
O menino João Cândido é levado para a Marinha para ser corrigido e conhece a face mais cruel da caserna. Mas em uma viagem para Inglaterra, ele percebe que pode mudar o rumo daquela história.
Cansados de serem ignorados em suas queixas, os marinheiros partem para ofensiva e aumentam o tom do discurso. Uma carta deixada debaixo da porta do comandante pode ser o sinal de algo muito pior.
Os marinheiros assumem o comando dos navios e a situação adversa faz de João Cândido o Almirante Negro. Mas sua experiência de homem do mar não poderia prever o revide preparado pelo governo.
O Ministro da Marinha prepara uma manobra jurídica para punir marinheiros já perdoados. Prevendo o pior, fuzileiros e marinheiros da Ilha das Cobras articulam uma nova Revolta.
Depois de sobreviver à Ilha das Cobras, João Cândido é inocentado de seus crimes e expulso da Marinha. Agora precisa encontrar meios de viver com dignidade, mas longe do mar.
O História Preta nasceu para falar de nós, e não de mim. Mas hoje eu vou abrir uma exceção. Só dessa vez eu vou contar um pouco da minha história. Ela tem tudo a ver com o porque resolvi criar o História Preta, e do porque eu conto as histórias que conto.
Entre os anos 50 e 60, os Estados Unidos experimentaram uma revolução racial. O debate em torno de raça se tornou uma questão urgente, mas um quebra cabeças de difícil solução. No âmago da nação emergiram duas lideranças negras de visões completamente distintas e conflitantes.
Depois do assassinato de Malcolm X, Martin Luther King carrega o fardo quase solitário de ser uma liderança negra global nos anos mais turbulentos da nação. Isso faz dele um alvo vulnerável, suscetível aos ataques do FBI.
Depois de passar por uma série de violências raciais, Malcolm Little se converte ao Islã e dá seus primeiros passos como Malcolm X, uma das principais lideranças negras de seu tempo.
Depois do assassinato de Malcolm X, Martin Luther King carrega o fardo quase solitário de ser uma liderança negra global nos anos mais turbulentos da nação. Isso faz dele um alvo vulnerável, suscetível aos ataques do FBI.
Na Marcha sobre Washington Martin Luther King faz um discurso histórico e se consolida como símbolo de esperança. Para o FBI, ele deixa de ser apenas um pastor para se tornar o negro mais perigoso da América.
Depois de experimentar profundas transformações intelectuais e políticas, Malcolm X rompe com antigos aliados do passado e vislumbra um novo futuro. Mas irá pagar caro por isso.
Depois do assassinato de Malcolm X, Martin Luther King carrega o fardo quase solitário de ser uma liderança negra global nos anos mais turbulentos da nação. Isso faz dele um alvo vulnerável, suscetível aos ataques do FBI.
Todos sabem quem foi Leônidas da Silva, Domingos da Guia, Pelé, mas poucos saberiam dizer quais os nomes das mulheres negras que foram pioneiras no futebol feminino. Quando decidi pesquisar a trajetória das mulheres negras no futebol percebi que havia pouca coisa escrita sobre elas.
Leônidas da Silva foi o primeiro grande ídolo da Seleção Brasileira. Desses que inspira o futebol das crianças, que vende camisa, brinquedo e vira enfeite de rua em época de Copa do Mundo. Ele chegou rápido ao topo do Mundo, mas jamais se esqueceu de onde veio.
Mesmo sendo um homem de muitas vitórias Barbosa teve que lidar para o resto da vida com a culpa. A eterna culpa de ser um homem negro vivendo no Brasil.
Depois da derrota nas Copas de 50 e 54, autoridades do esporte concluem que o fracasso de nossa Seleção reside no fato dela ser “muito negra”. Mas em 58, o primeiro título da amarelinha vem justamente pelos pés de um menino preto. Um menino que ousou ser Rei.
Depois de um encontro inesperado, Carolina Maria de Jesus se torna a escritora mais famosa do Brasil. Mas a fama repentina tem seu preço, principalmente para mulheres negras como ela.
Quase no fim da vida, quando faltava fama, dinheiro e saúde, Carolina quis escrever sobre a infância, a família e seus ancestrais. Quando estava perto do fim, ela quis voltar ao começo.
Depois de sair da cadeia em Sacramento, Carolina decide se mudar para São Paulo e tentar gestar sua carreira literária, mas precisa lidar com a pobreza e a fome que atravessam seu caminho.
Carolina buscou incessantemente o reconhecimento de sua arte, e também a fama. Mas as coisas não deram nem um pouco certo e Carolina foi morar na rua, depois numa ocupação e finalmente foi parar numa favela.
Depois de seu encontro com Audálio Dantas, Carolina publica seu primeiro livro e se torna uma escritora best seller. Mas a fama repentina trás consequências incontornáveis.
Muitos diziam que Raul Grigera, chamado de “o ultimo argentino negro”, não tinha família. Mas a verdade é que ele vinha de uma família negra de classe média muito envolvida com a causa do negro.
Carolina concretiza seu segundo maior sonho: comprar sua Casa de Alvenaria. Mas a vida no novo lugar esconde problemas imprevisíveis.
Desfrutando da popularidade internacional, Carolina experimenta novos caminhos criativos na carreira. Mas uma decisão equivocada pode comprometer sua imagem pública.
Depois de amargar um triste fracasso editorial, Carolina passa por um abalo que pode comprometer a segurança financeira de sua família. Agora ela precisa tomar decisões difíceis e botar sua carreira de volta nos trilhos do sucesso.
Carolina faz uma manobra política arriscada durante os anos da Ditadura e experimenta o gosto amargo do esquecimento. Porém, depois de muitos anos de sua morte, renasce na memória pública através de mulheres negras como ela.
Nos anos 60 a música brasileira mudou com o surgimento da Bossa Nova, mas diferente do que se imagina, o novo gênero teria vindo ao mundo pelas mãos de um homem negro, filho de uma mulher pobre do subúrbio carioca, que tocava nas noites de Copacabana pra se sustentar.
Na busca de realizar seus sonhos como músico, Johnny Alf encontra barreiras sociais intransponíveis e abraça a solidão como defesa.
Depois de anos construindo as bases da Bossa Nova, Johnny Alf embarca para São Paulo em busca de melhores oportunidades, mas fica de fora do nascimento apoteótico da Bossa Nova.
No início dos anos 70, a Soul Music se populariza no Brasil através da rádio e inspira jovens negros do suburbio a criar seus próprios bailes. No meio disso, um jovem chamado Dom Filó tem uma ideia que pode mudar o curso da história.
No inicio dos anos 70, Dom Filó cria um baile 100% black no subúrbio carioca, devolvendo a autoestima e despertando o interesse político da comunidade negra. Mas ele não sabia que isso lhe traria muitos problemas.
Dom Filó e seus amigos precisam adequar o conteúdo dos bailes black para conseguir acessar novos espaços, mas isso não os livra do pior: agora estavam na mira da Ditadura.
Temendo um possível levante negro organizado no Brasil, a Ditadura Militar infiltra agentes da polícia política para investigar os bailes black do subúrbio do Rio de Janeiro.
O Movimento Black Rio passa a sofrer críticas da esquerda, que os associa ao neocolonialismo americano, e também da direita, que os acusa de racismo. Mas, mesmo sob ataque, o Movimento não para de bater recordes e segue com o baile.
Nesse episódio exclusivo a gente se aprofunda na trajetória de Tony Tornado, fala de seus embates com a ditadura brasileira e como conseguiu manter uma das carreiras mais profícuas e longevas do Brasil.
No século XVII, 40 pessoas escravizadas fogiram de um engenho na cidade de Porto Calvo e fundaram uma comunidade de ex-escravizados na Serra da Barriga. Porém, a chegada dos Holandeses em Pernambuco põe a seguraça deles em risco
Após décadas resistindo às forças coloniais, Palmares agora enfrenta seu maior desafio: um sertanista experiente e implacável, determinado a destruir a comunidade em troca de uma generosa recompensa.
Depois de ser derrotado por forças coloniais, Gana Zumba precisa tomar uma decisão: fazer um acordo de submissão com o inimigo ou assistir Palmares ser varrido para sempre da história.
Zumbi assume a liderança de Palmares e transforma o quilombo em um assentamento militar imbatível. Mas um antigo inimigo reaparece disposto a pôr sua fama à prova.
Em uma década, Palmares se recupera, tornando-se maior e mais forte, espalhando medo e insegurança entre os senhores de engenho de Pernambuco. Mas um bandeirante experiente e implacável está determinado a pôr um ponto final nessa história de resistência.
Depois da derrota de Palmares no Outeiro do Barriga, Zumbi foge com seus aliados e tenta reorganizar a resistência. Mas seu esforço parece em vão, seu destino já estava selado.