Desde o início da pandemia, o Brasil registrou 506 mortes de mulheres gestantes ou puérperas. Os óbitos atingiram o pico em junho, caíram a partir de setembro e voltaram a subir em dezembro, com a segunda onda da covid-19 no Brasil. Segundo dados do Sistema de Informação de Vigilância da Gripe (Sivep-Gripe), compilados pelo Estadão, só em janeiro deste ano, foram 17. E com o descontrole da doença, a previsão é de que as taxas aumentem mais. Essas mulheres que partiram deixam para trás o sonho da maternidade interrompido. Muitas delas não puderam nem conhecer os filhos depois do nascimento. Para os viúvos e as famílias, fica o desafio de seguir em frente com o luto e a missão de criar uma geração de órfãos da pandemia. No episódio de hoje, ouvimos as histórias de algumas dessas famílias, por meio de relatos captados pela repórter do Estadão Júlia Marques. Conversamos também com a psicóloga Juliana Guimarães, especialista em luto.