Deficientes visuais e auditivos mostram dificuldades e superação Menino de dois anos começa a ouvir após implante coclear. Marido e mulher usam o tato para se comunicar. Atualmente, no Brasil, há cerca de 6,5 milhões de deficientes visuais e quase 10 milhões de deficientes auditivos. Os números, ainda que expressivos, não são suficientemente capazes de demonstrar o que é a realidade para essas pessoas. A síndrome de Usher é uma doença rara e genética, que leva a perda parcial ou completa da visão e também da audição. Na represa Guarapiranga, em São Paulo, um grupo ensina portadores dessa doença a velejar. O aposentado Nelson Cordeiro e a vendedora Shirlei Caetano participam das aulas e adoram a experiência. Ele usa um aparelho auditivo e consegue ouvir alguns sons, mas não tem quase nada da visão. A síndrome afetou a visão, a audição e o olfato de Shirlei, que ainda escuta alguns sons com a ajuda de um aparelho. Carlos Jorge não enxerga nada e não aprendeu a falar porque perdeu a audição ainda criança. Para entender o que as pessoas dizem, ele sente os sinais de libras com a mão. A esposa dele, Claudia Sofia, também não vê quase nada e escuta muito pouco com a ajuda de um aparelho. Ela usa uma técnica de comunicação chamada tadoma, na qual coloca os dedos no rosto da pessoa que está falando e, assim, consegue compreender o que ela diz. “A tadoma é uma técnica que, de acordo com a habilidade de cada pessoa, possibilita compreender através da articulação e da vibração da voz. Eu estava desesperada para me comunicar com a minha família”, explica Claudia, que é coordenadora do Grupo Brasil. O casal mora sozinho e, quando vai fazer algo na rua, conta com a ajuda de uma intérprete. Implante coclear Scheila Alves, de Itajaí, Santa Catarina, chegou a São Paulo com a esperança de mudar a vida do filho Ruan, de dois anos, que recebeu um implante coclear. Durante a cirurgia, uma prótese foi instalada na par