A Rua do Arsenal, traçada pela reconstrução pombalina, após o terramoto de 1755, é uma síntese singular da história política do séc. XX português. Do regicídio à implantação da República, dos primeiros passos do Estado Novo aos momentos decisivos do 25 de Abril de 1974, toda a Rua do Arsenal presenciou e guardou no silêncio austero das suas paredes.
A História da expansão marítima portuguesa, entre A História da expansão marítima portuguesa, entre os séculos XVI e XVIII, ficou marcada por inúmeros naufrágios ao longo da costa portuguesa que pouco se contam. Pelos custos humanos envolvidos, pelas imensas riquezas afundadas e também pelos valores fabulosos que ainda assim entraram no país, como se aproveitou ou desaproveitou esta abundância? O que ficou afinal do ciclo asiático e do ciclo brasileiro do Império?
Do milagre de Tancos se fala a propósito dessa extraordinária improvisação que foi, em três meses, transformar o polígono militar de Tancos numa estrutura capaz de receber e treinar vinte mil soldados. O Corpo Expedicionário Português partiria em Janeiro de 1917 para combater na Flandres, a frente europeia da Grande Guerra. O preço político e social desse milagre marcaria profundamente as primeiras décadas do século XX em Portugal.
Durante a Ditadura Militar e o Estado Novo, entre 1926 e 1974, foram presos nas cadeias políticas mais de 30 mil pessoas. Sem contar com muitas de que não houve registo, nem com as que passaram pelos calabouços de outras polícias. Para muitas das mulheres e homens que a polícia política e os seus tribunais condenavam a intermináveis períodos de prisão, tentar fugir era a única forma de reconquistar a liberdade e retomar a luta no exterior.
A cidade do Porto, envolta na sua tradição comercial, tem sido ao longo de séculos centro de revoltas e revoluções, lutas sociais e disputas de poder. É desse Porto insurgente, berço do liberalismo, prenunciador da Primeira República, esteio da resistência à ditadura, que vos vamos falar hoje.
A máquina e a energia a vapor demoraram tempo a entrar e a generalizar-se em Portugal. Depois de instaladas a partir de 1821, resistiram longamente a ceder o lugar à energia eléctrica e à electrificação do país. Visitando antigas máquinas a vapor do século XIX e de inícios do século XX ainda em funcionamento, vamos tentar seguir o trilho do vapor e os caminhos difíceis da revolução industrial em Portugal.
A História Industrial e Financeira do século XX em Portugal foi fortemente marcada pela CUF, a Companhia União Fabril. Dos primeiros anos, com a dura e carismática direcção de Alfredo da Silva, passando pelo novo ciclo de expansão protagonizado pela família Mello e, terminando, na dispersão do Grupo depois da sua nacionalização em 1975. Para conhecer o árduo dia a dia daquele que foi, ao longo de décadas, o maior grupo económico privado da Península Ibérica, partimos à descoberta das marcas que a História nos deixou.
A condição da mulher portuguesa caracteriza-se, ao longo de quase todo o século XX, pela forte discriminação social, cultural e cívica a que estavam submetidas? pelas situações de sobre exploração em que a maioria delas vivia e pela quase ausência de representação dos seus interesses e direitos. Muitas mulheres rumaram também contra a corrente deste silêncio opressivo. São as suas histórias que iremos descobrir.
Motivo de lendas, a pesca do bacalhau fazia-se em campanhas de 6 longos meses com condições extremamente duras. Em mar aberto, os pescadores afastavam-se do navio-mãe durante dez ou doze horas, a bordo de dóris, e terminavam o seu dia na escala do peixe no convés. Uma pesca artesanal que percorreu vários séculos e que encontra no século XX e no Estado Novo o seu auge. O proteccionismo corporativo da estrutura industrial e a frota obsoleta levariam à sua decadência face à evolução mundial das pescas. A partir do cais de Ílhavo, partimos à descoberta da faina maior.
A longa história dos judeus em Portugal é fortemente marcada pelo estabelecimento da Inquisição em 1536. Com os Tribunais do Santo Ofício, iniciava-se uma época sombria contra todos aqueles que não se alinhavam com as suas regras. Seria uma luta constante entre a tolerância e o fanatismo, entre a ciência e o obscurantismo. Quase três séculos que marcariam profundamente a sociedade portuguesa.
A história de Mértola conserva-se nas suas pedras e tradições. A vila amuralhada debruçada sobre o rio Guadiana foi, em tempos, um dos mais importantes portos do Mediterrâneo e do Gharb al-Andalus. As memórias que as suas ruas guardam ajudam-nos a desconstruir ideias feitas sobre a presença islâmica na península e a compreender melhor a sua importante herança.
No séc. XVI, 1/10 da população lisboeta seria escrava e Portugal liderava o comércio de escravos na Europa. Nas oficinas, no artesanato, no trabalho rural, nas casas e nos portos, a escravatura fazia parte da sociedade. Só vários séculos mais tarde se adotariam as primeiras medidas abolicionistas. As marcas culturais e ideológicas desta triste herança permanecem até aos dias de hoje.
A pandemia da gripe pneumónica foi a mais grave e mortífera da história da humanidade. Entre 1918 e 1919 matou mais gente que os 8 milhões de mortos da I Guerra Mundial. Em Portugal, faltaram médicos, os hospitais ficaram sobre-lotados e escolas e edifícios públicos foram fechados para receber doentes.