No século XXI, questões como o racismo, a igualdade de género ou os direitos LGBT continuam a gerar divisões, conflitos e ódios, que encontram eco nas redes sociais. A nova geração cresceu com uma abertura maior ao mundo e é a geração com mais experiências dentro ou fora de portas. Que sociedade querem ter os 15|25 e quais os valores que vão prevalecer?
A nova geração cresceu com o conhecimento acessível a partir de um computador ou de um telemóvel e sente um enorme desfasamento entre a escola que tem e a que deveria ter. Demasiadas horas passadas na escola, aulas muito longas, programas demasiado extensos e desinteressantes, métodos de ensino ultrapassados, professores desgastados ou desinteressados, a pressão e o peso dos exames, o excesso de formatação são apenas algumas das razões que os jovens apontam para o desinteresse de muitos alunos pela escola. Neste programa, alunos de diversas áreas, no ensino secundário ou na universidade, com médias de classificação mais ou menos altas, convergem no essencial do que a escola deveria ser. Um lugar de igualdade de oportunidades, onde exista o estímulo ao pensamento crítico, à curiosidade e aos diferentes talentos e aptidões e de onde, ao fim de 12 anos, os alunos saibam comunicar de forma escrita e oral, interpretar e questionar o que os rodeia.
A política, para a maioria dos cidadãos, é algo distante. Neste programa são os 15|25 que têm a palavra. Jovens alinhados politicamente e outros que não têm qualquer ligação a partidos. Identificam razões para o desinteresse geral na política que se manifesta de forma mais evidente nos elevados níveis de abstenção das últimas eleições. Mas a nova geração preocupa-se com as ameaças à democracia e à liberdade que estão a nascer com a nova vaga de populismos e extremismos.
No mundo atual, que sentido faz a religião, seja ela qual for? Será mais aquilo que as religiões têm em comum ou aquilo que as separa? Os 15|25 dão respostas. Os jovens estão mais desligados das práticas religiosas e questionam o papel que elas têm na organização da sociedade. Todos falam sobre o significado e a importância que a religião tem na vida deles e de que forma tem contribuído para a sua formação. Além disso, equacionam também o papel que a religião pode ter num mundo recentemente atingido por uma grave pandemia.
Antes da pandemia, as alterações climáticas eram o principal desafio que os 15|25 consideravam ter pela frente. A paragem do mundo devido à pandemia trouxe outras emergências e preocupações, mas para a nova geração a urgência em resolver o problema do clima não pode deixar de ser uma prioridade.
O trabalho é uma das maiores preocupações dos 15/25. São a geração com mais preparação académica de sempre mas isso não é uma garantia de conseguir trabalhar na área de estudo ou com remuneração justa. Se, antes da pandemia, os cenários que se anteviam eram já de incerteza, depois disso já há números que indicam que um em cada quatro jovens está no desemprego. Os 15/25 cresceram com a crise e muitos sentiram-na de perto, com o desemprego a atingir a família. Por isso, valorizam a estabilidade financeira mas também ambicionam viver numa sociedade em que o trabalho não seja a dimensão mais determinante da vida.
Os 15-25 são a primeira geração que já nasceu com a internet, acompanhou a chegada de tablets, smartphones, jogos online e também as redes sociais. São dependentes digitais. Passam muito tempo frente aos ecrãs e vivem a pressão dos "likes" e das visualizações. Receiam as chamadas "fake news" e o poder dos algoritmos, que condicionam o acesso livre à informação sem que os utilizadores muitas vezes se apercebam.
Chamam-lhes geração Z. O acesso à informação e às novas tecnologias faz desta uma geração única na história da Humanidade. São a geração mais global de sempre e olham para o mundo como um lugar sem fronteiras. A pandemia cortou-lhes caminho e parou o mundo. Em discurso direto, identificam os desafios que têm pela frente. Falam do que os revolta e não estão dispostos a aceitar. Esta é a geração que pode mudar a História. Do que se sentem capazes?